Crédito: Truman Talbot/Unsplash.

08/03/24

Dia Internacional da Mulher

Por Avantto

A presença de mulheres na aviação cresce ano após ano no Brasil, mas ainda está muito aquém do potencial que elas poderiam entregar ao setor caso tivessem mais oportunidades. Segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o número de mulheres com licença como piloto comercial de avião aumentou 64% entre 2015 e 2018. No entanto, apenas 3% dos profissionais com licença para voar no Brasil são mulheres. Dentre os pilotos efetivos, são menos de 2%. 

A Avantto tem apoiado a participação das mulheres na aviação. Em seu quadro de pilotos, por exemplo, já são duas profissionais efetivadas: as comandantes Aline Maia e Jenifer Carneiro. Ambas paulistas, Aline pilota helicópteros, enquanto Jenifer é comandante de jato. Este blog conversou com elas para saber da rotina, desafios e sonhos que as movem na profissão. Uma homenagem à todas as mulheres que atuam no setor neste 8 de março – Dia Internacional da Mulher. Acompanhe. 

Como iniciaram na aviação? 
Aline Maia – Aos 21 anos, eu fazia pós-graduação em Desenho Industrial e pesquisava sobre helicópteros – meu projeto de conclusão de curso era sobre carro voador. Um amigo de meu pai que era piloto me levou para conhecer fabricantes e helicentros e aquilo me despertou para essa paixão. Sempre tive paixão por pilotar coisas: era criança e pedia para o meu pai para dirigir o carro. Abandonei a pós e fui fazer curso de piloto. 

Jenifer Carneiro – Tinha acabado de me formar no ensino médio e estava indecisa sobre qual carreira fazer. Meu pai sempre foi apaixonado por aviação, tenho três irmãos e todos fizeram cursos de pilotagem – mas nenhum seguiu na profissão. Naquele ano, fui passar férias com uma amiga na cidade onde meu pai nasceu, no interior de Minas Gerais, e lá fomos fazer um voo panorâmico. Foi meu primeiro voo de monomotor e o piloto deixou comandar a aeronave por alguns minutos. Quando aterrissei, encantada, já sabia que era aquilo que queria fazer da minha vida. Voltamos a São Paulo e, no dia seguinte, meu pai me levou para a escola de pilotagem, em Jundiaí. E assim comecei, em 2015. 

Comandante Aline Maia (Arquivo Pessoal).

Lembram do primeiro emprego na área? 
Aline – Fui instrutora de voo, trabalhei numa escola no Campo de Marte (SP). Depois, fiz aero reportagem e transportava jornalistas que faziam boletins de trânsito da capital paulista. Voava bastante, cinco, seis horas por dia, para pegar movimentações da manhã, almoço e fim de tarde. Finais de semana também. Então, fui para o táxi aéreo na sequência, onde fiquei por quase dez anos. Fiz de tudo: de transporte executivo, aeromédico, combate a incêndio, inspeção de linha de energia, de gasoduto… voei quase o Brasil todo. Na Avantto, estou desde agosto de 2023. 

Jenifer – Após o curso de formação, trabalhei no escritório de aviação de um grande banco privado em São Paulo. Cuidava da rotina administrativa, pagamentos, agendamentos de voo. Foi quando veio a pandemia e fiquei fora do mercado por sete meses. No retorno dos voos, fui chamada para uma empresa que prestava serviços ao mesmo banco e, em 2021, surgiu uma vaga de voo para Phenom 100. Na Avantto, comecei em abril de 2023.

Como é a rotina de trabalho? 
Aline – Recebo o planejamento dos voos na noite anterior. Em média, faço de 30 a 50 horas de voo por mês. Mas a agenda é bastante flexível. Quanto a conciliar com as tarefas de casa e cuidar do meu filho, tenho uma rede de apoio familiar que me ajuda bastante, além do berçário. É fundamental. 

Jenifer – A rotina é relativa. Há semanas com mais voos, outras mais tranquilas. Finais de semana e feriados quase sempre trabalhando. A aviação executiva é bem dinâmica, não tem uma rotina fixa. Eu gosto disso. Tenho namorado em São Paulo e família em Arujá, na Grande São Paulo. Com namorado e amigos na capital consigo encontrar mais vezes. Já para ver a família, visito mais nas folgas mais longas. 

Comandante Jenifer Carneiro (Arquivo Pessoal).

Trocariam de carreira por alguma outra? E qual o sonho de vocês?
Aline – Não. Eu vivo momentos únicos quando estou pilotando o helicóptero. Já vi paisagens incríveis pelo Brasil: cânions, florestas, o litoral maravilhoso. Tenho muito prazer no que eu faço. Quando finalizo um voo e faço um pouso suave, como quem desce sobre uma cama de algodão, paro e penso: é isso que gosto de fazer. 

Jenifer – Não! Eu acredito que seja importante ter um plano B na vida, mas trocar pela aviação, não. Meu sonho é me tornar comandante, pilotar máquinas maiores dentro da aviação executiva mesmo. E ser uma profissional melhor a cada dia, para a empresa, colegas de trabalho e passageiros. Oferecer o meu melhor sempre. 

Falta espaço para as mulheres na aviação? E o que diriam para outras mulheres que sonham com uma carreira na aviação?
Aline – As mulheres precisam de mais oportunidades. Com isso, seria outro cenário. Não somos apenas 2% dos pilotos do Brasil por falta de interesse. Acredito que existam muitas mulheres com essa vontade, mas falta a elas estímulo. 

Jenifer – Eu diria a elas para que sejam determinadas, encarem os desafios e sejam persistentes. A mulher precisa provar sua competência muito mais do que os homens. Não é uma trajetória fácil. Então, busquem seus objetivos, invistam em conhecimento e tenham fé em si mesmas. 

16/02/24

Nossa frota: AW 109 Grand

Por Avantto

Um dos helicópteros mais solicitados do mundo para o transporte de executivos faz parte da frota da Avantto: o modelo AW109 Grand, fabricado pela empresa anglo-italiana AgustaWestland. Esta aeronave se destaca por atributos como formato aerodinâmico elegante, acabamentos internos de qualidade e aviônicos com tecnologia de ponta. Fosse um carro, o modelo seria um daqueles sedãs de luxo que alia alta performance mecânica e interior sofisticado, ofertando conforto extraordinário aos passageiros.  

Crédito: Avantto.

A cabine, silenciosa e ampla, comporta até oito pessoas, sendo dois deles tripulantes. O layout, aliás, pode ser customizado conforme a necessidade. Chama a atenção as portas deslizantes largas em ambos os lados, o que facilita o acesso dos passageiros e da bagagem. Sua capacidade de carga interna é de 3.175 kg. Quanto à navegação, o helicóptero possui um “glass cockpit” de última geração, com piloto automático digital que reduz o trabalho do piloto e aumenta a consciência situacional via Sistema de Visão Sintética (SVS) e Sistema de Alerta e Monitoramento do Solo (HTAWS, na sigla em inglês). 

Crédito: Agusta/Divulgação.

No quesito motorização, o AW109 Grand utiliza dois Pratt & Whitney 207C, o que lhe confere não apenas alta performance – a velocidade máxima é de 283 km/h, com autonomia de voo de 833 km –, mas alto nível de segurança de voo. Em caso de emergência, inclusive, a aeronave pode voar com apenas um dos motores. Tudo isso em conjunto permite que o modelo opere em condições climáticas adversas.

Crédito: Agusta/Divulgação.

O AW109 Grand é também um helicóptero versátil, apto a cumprir as mais diferentes tarefas: desde missões de busca e salvamento, emergências médicas a serviços de segurança. A Polícia Militar do Estado de São Paulo, por exemplo, conta com um modelo destes em sua frota operacional. 

15/02/24

Avantto recebe seu primeiro Epic E1000 GX

O primeiro de 34 Epic E1000 GX encomendados pela Avantto já está no hangar da empresa no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A Avantto espera que os estágios finais da importação sejam concluídos ainda nesta semana.

A Epic Aircraft planeja entregar mais dois exemplares à empresa em Março e outros dois no segundo trimestre deste ano, de acordo com o portal AIN.

Com a entrega, a Avantto se torna a primeira cliente do modelo no Brasil. A manutenção dos Epic E1000 GX da empresa será realizada nas instalações da VOAR Aviation.

Acompanhe na Imprensa:

www.ainonline.com

www.flapinternational.com.br

08/02/24

O que é voo por instrumento?

Por Avantto

Qual a diferença entre voo visual e voo por instrumentos? A dúvida é comum para iniciantes no mundo da aviação. Na prática, as duas modalidades de voo envolvem um pacote de regras que as definem e determinam qual tipo é o mais indicado conforme o tipo de aeronave e condição meteorológica. 

No jargão aeronáutico, é o chamado “voo por instrumento” – ou IFR (Instrument Flight Rules, na sigla em inglês). Nesta modalidade, o piloto se baseia nos computadores de bordo da própria aeronave para conduzir o voo. São equipamentos que dialogam com a infraestrutura terrestre e satélites para receber orientação e comandar o aparelho durante a rota, como acontece com o acionamento do modo “Plioto Automático” nos grandes jatos comerciais. Eles permitem ainda que um avião ou helicóptero possa operar sob chuva, neblina, dentro de nuvens ou à noite, quando a visibilidade do exterior fica seriamente comprometida. 

O IFR colabora decisivamente também para o pouso em aeroportos que estejam sob condições meteorológicas ruins. Nestes casos, os terminais alertam que estão operando apenas por instrumentos. Assim, aeronaves menores ou desprovidas destes recursos tecnológicas, ficam proibidas de aterrissar. 

Voo visual. Crédito: Austin Neill/Unsplash.

O IFR difere do VFR (Visual Flight Rules), quando o piloto tem visualização completa do que há do lado de fora da aeronave e utiliza referências físicas – como estradas, lagos, morros, praias e cidades – para se orientar. Esta modalidade é autorizada para voos em baixa altitude (até 3 mil metros) e com o clima adequado, com o céu limpo à frente, que não impeça o piloto de identificar eventuais obstáculos, outras aeronaves e a sua própria distância em relação ao solo. No VFR, o piloto é totalmente responsável pelo comando do avião ou helicóptero, podendo se comunicar com órgãos de controle para obter informações que garantam a segurança de voo ponto a ponto. 

(Com informações da Abag) 

24/01/24

Parabéns, São Paulo!

Por Avantto

São Paulo completa 470 anos nesta quinta-feira, 25 de janeiro. Capital econômica do Brasil, a cidade que nunca dorme tem uma conexão forte com a aviação. O aeroporto regional mais movimentado do País, por exemplo, fica na capital paulista: Congonhas, com 580 voos domésticos diários e mais de 60 mil passageiros transportados em 2022. A maior frota de helicópteros do mundo também fica na cidade: cerca de 410 aeronaves em operação, realizando 2.200 pousos e decolagens todos os dias. Além disso, a história da aviação em São Paulo também é rica em fatos curiosos. Selecionamos quatro deles e contamos a seguir. Acompanhe. 

Cratera deixada por bomba lançada pela frota do Exército nacional sobre o Campo de Marte. Crédito: Reprodução.

Ataque aéreo na capital 
Acredite: São Paulo já sofreu um bombardeio aéreo! Foi nos anos 1930, durante o conflito entre as tropas federais legalistas e os revolucionários constitucionalistas, na capital paulista durante a Revolução de 1932. Naquele ano, foi criado o Grupo Misto de Aviação da Força Pública do Estado, que travou batalhas aéreas com a força aérea nacional. A frota era modesta, formada inicialmente por cinco aviões (chegou a mais de 30 depois, incluindo aviões civis adaptados para uso militar), abrigados no Campo de Marte. Segundo historiadores, em julho daquele ano, uma esquadrilha do Exército nacional bombardeou a pista, lançando cargas ao redor dos hangares. Embora não tenha destruído as edificações e o asfalto, as bombas deixaram diversas crateras pelo terreno. 

O Boeing 737-200, símbolo da ascensão e poder da Varig, nos anos 1970. Crédito: Divulgação.

VASP: apogeu e queda 
Logo após o conflito armado na cidade, um grupo de empresários paulistanos decidiu fundar a primeira companhia aérea de São Paulo – como já havia acontecido no Rio Grande do Sul, com a Varig, e no Rio de Janeiro, com a Panair do Brasil. Assim, no dia 4 de novembro de 1933, nascia a Viação Aérea São Paulo, a VASP. 

A frota de estreia contava com dois aviões General Aircraft Limited Monospar ST-4, para três passageiros, que decolavam do Campo de Marte em duas rotas experimentais: uma rumo a São José do Rio Preto, no interior do estado, e outra até Uberaba, em Minas Gerais. Em 1935, após a primeira crise financeira, a empresa foi estatizada e passou a pertencer ao governo estadual, operando, agora, do Aeroporto de Congonhas, em 1936. 

A VASP colecionou feitos em seus 75 anos de vida. Foi a primeira companhia aérea comercial brasileira a utilizar um avião com motores à turbina – o Vickers Viscount 827, em 1958. No fim dos anos 1970, inovou ao trazer para o Brasil o novíssimo Boeing 737-200, que se tornaria um símbolo de poder da empresa. Em 1990, a VASP foi privatizada e viveu rápida ascensão. O apogeu foi em 1998, com recorde no volume de passageiros transportados: 5,3 milhões de pessoas, voando em uma frota de 47 aeronaves para 46 destinos nacionais e internacionais. 

Infelizmente, sucessivas crises financeiras e de gestão arrastaram a companhia para anos sombrios, que culminaram com a redução das operações, eliminação de rotas e sucateamento das aeronaves até a decretação de sua falência, em 2008. 

Mosaico de pastilhas no Aeroporto de Congonhas (SP). Crédito: Roberto Stuckert/Reprodução.

Arte escondida em Congonhas
Quem frequenta diariamente o Aeroporto de Congonhas, o mais movimentado do estado de São Paulo, pode não perceber, mas está diante de uma galeria de arte, com obras tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Uma delas é o mosaico de pastilhas criado pela dupla de arquitetos Ernani do Val Penteado e Raymond A. Jehlen – os mesmos que assinam o projeto de todo o terminal de passageiros, inspirado na Art Déco. No aeroporto, é possível apreciar também um mural pintado por Clóvis Graciano e Di Cavalcanti, uma escultura de Brecheret, espelhos de Jacques Monet e, ainda, o piso quadriculado em preto e branco, protegido como patrimônio da cidade. 

Edu Chaves (à direita), ao lado do amigo e também aviador, Roberto Thierry, em 1920. Crédito: Reprodução.

Pioneiro na aviação 
Nem só de Santos Dumont vive a história da aviação brasileira. Um dos nomes mais importantes – e muito menos badalado – é do paulistano Eduardo Pacheco Chaves. Filho de fazendeiros de café bem-sucedidos, ele herdou terras na Zona Norte da cidade e decidiu criar ali uma pista de pouso e uma escola de pilotos. Edu Chaves, como ficou conhecido, era amigo pessoal de Dumont e de outra figura ilustre: o aviador francês Roland Garros, criador do famoso torneiro de tênis, com quem realizou um voo entre a capital e Santos, na Baixada Santista, em 1912. Chaves tem proezas notáveis no currículo: foi o primeiro brasileiro a sobrevoar o país, nos anos 1920; um dos primeiros pilotos a realizar um voo noturno entre Paris e Marselha, se guiando apenas pelas luzes de uma estrada de ferro que ligava as cidades; e também foi precursor da rota aérea a Buenos Aires. Mas seu feito mais importante aconteceu em 1914, quando decolou do campo de aviação da Mooca rumo ao Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, inaugurando a ponte aérea entre os dois estados. A pista e a escola de Chaves foram transferidas para a cidade de Guapira e o terreno foi doado ao muncípio, sendo transformado em bairro: Parque Edu Chaves. 

22/01/24

Os segredos da fotografia aérea

Por Avantto

Fotografia e aviação são paixões que movem muita gente, seja por lazer ou trabalho. No caso do paulistano Cássio Vasconcellos, a união das duas se tornou um modo de ganhar a vida há quase três décadas. Fotógrafo profissional desde 1981, ele se tornou piloto de helicóptero em 1995 exatamente para buscar novas perspectivas para o seu trabalho. Deu certo. Hoje, é um dos nomes mais reconhecidos internacionalmente quando o assunto é fotografia aérea. 

Com participação em mais de 200 exposições em todo o mundo, trabalhos em coleções permanentes do Masp, Biblioteca Nacional de Paris e Museum of Fine Arts em Houston (EUA), séries dedicadas exclusivamente ao tema (Aéreas #1 e #2, Coletivos #2) e livros como Brasil Visto do Céu (2017), Aeroporto (2015) e Praias Brasileiras (2022), Cássio teve uma de suas fotos – um ângulo vertiginoso, a 90 graus e 2 mil pés de altura, pendurado em um helicóptero sobre Nova York – escolhida para pôster oficial do filme “Inception”, com o astro do cinema Leonardo DiCaprio, em 2010. 

A busca por imagens deslumbrantes acima das nuvens o levou a participar de expedições aéreas intercontinentais a bordo de um helicóptero. Em 2011, ele decolou com um Bell 429 do norte dos Estados Unidos até São Paulo. Foram 12 dias de viagem, com direito a registros belíssimos das paisagens do meio oeste americano, Caribe e Amazônia.  

No ano seguinte, partiu de São Paulo rumo ao deserto do Atacama, no Chile, em cinco dias. O momento mais tenso foi a travessia de helicóptero da Cordilheira dos Andes, a 4 mil metros de altitude, por Mendoza, na Argentina. É o teto limite de voo sem que haja necessidade de suporte de oxigênio para tripulantes e passageiros. 

A seguir, o fotógrafo conversa com a Avantto sobre a carreira, a decisão de fazer fotos aéreas, os principais desafios técnicos e processo criativo para realizar os seus projetos, e dicas sobre como capturar imagens de qualidade durante o voo. 

Cássio Vasconcellos em ação para a série de imagens sobre o litoral brasileiro: fotógrafo premiado e com exposições em mais de 20 países. Crédito: Divulgação.

Avantto – Por que escolheu a fotografia aérea? 
Cassio Vasconcellos – Eu sempre fui apaixonado por helicópteros, desde a infância. Acabei fazendo um curso de pilotagem em 1995/96, quando tirei o meu brevê. Foi uma maneira de ficar mais próximo da aviação. Acabei fazendo amizade com pilotos e isso me ajudou depois, na fotografia, com voos de carona. Por isso, boa parte do meu trabalho publicado é formada por imagens aéreas. Como passei a voar bastante, ganhei uma nova perspectiva, vista de cima, da fotografia. 
 
Tenho cinco livros publicados no Brasil com este olhar, um só de São Paulo, outro só do Rio e um dedicado ao litoral brasileiro. Há mais quatro projetos em andamento e, se tudo der certo, começo a produzi-los neste ano. 

Avantto – Ser piloto ajuda de que forma a exercer este tipo de trabalho? 
Cássio – Quando estou em um helicóptero, por exemplo, o fato de saber pilotar ajuda muito: sei o que está acontecendo a bordo, entendo a língua do piloto e jamais peço algo que possa colocar em risco a segurança do voo. Antes de decolar, apresento um bom briefing ao piloto também, para ele saber o que eu quero fazer. Não é lá em cima que essa conversa deve ser feita porque o piloto tem outras coisas no que se concentrar, além do custo financeiro de se voar sem objetivos definidos. Isso é muito importante. 

Imagem sobre a piscina da Universidade de São Paulo (USP), capturada em 2007 para um livro de fotos sobre a capital paulista. Crédito: Divulgação.

Avantto – Como você define os temas dos trabalhos? 
Cássio – Muitas vezes, as fotografias não são programadas com um foco definido. É o que eu vejo durante o voo, a questão da surpresa e das descobertas. Isso é muito bacana. Em outros casos, já decolo com um objetivo definido para a foto. Então me preparo para aquela imagem, estudo a rota antes, pelo Google Earth, para saber o que posso encontrar pela frente. 

Avantto – Qual a dica para captar um momento perfeito durante um voo? 
Cássio – Depende do que se quer fotografar. Se for uma paisagem, o melhor é ao amanhecer ou no fim do dia, quando a luz está mais bonita. Por outro lado, se for um imóvel, por exemplo, é melhor perto do meio-dia porque não tem sombra grande. De qualquer forma, fotografar durante um voo sempre traz uma percepção muito interessante. 

Registro da cidade do Rio de Janeiro nas primeiras horas do dia: jogo de luz e sombra. Crédito: Divulgação.

Avantto – Que equipamento costuma usar? 
Cássio – Uma câmera 35mm com uma lente zoom. Isso é muito importante: ela ajuda a se aproximar do alvo que quer fotografar sem depender do movimento do helicóptero. E também não aconselho ficar trocando de lente durante o voo. Diminui o risco de alguma coisa cair e de se perder tempo, em caso de necessidade de retornar a algum ponto porque perdeu a oportunidade trocando a lente. 

Avantto – O que acha do drone para registro de imagens aéreas? 
Cássio – O drone é uma ótima ferramenta, eu utilizo para algumas coisas. Acho que são complementares: tem imagem que só dá para fazer possível por drone, outras que é melhor com helicóptero. Tem várias questões que podem definir qual recurso usar também: se há permissão de voo no lugar, se o objetivo é cobrir uma área muito extensa… neste caso, o helicóptero é imbatível. Outro dia, fotografei o litoral de São Paulo todo até Paraty, no Rio de Janeiro, de helicóptero. Se tivesse de fazer de drone, levaria uma semana. 

Pôster do filme “Inception” (A Origem, 2010), com Leonardo DiCaprio, e a imagem original, obtida por Cássio Vasconcellos em 2006. Crédito: Divulgação.

Avantto – Como aconteceu a foto usada para ilustrar o filme Inception (2010), com Leonardo DiCaprio? Cássio – Estive em Nova York em 2006 e sempre tive vontade de fazer uma fotografia forte da cidade, que não existia nos bancos de imagem: em um ângulo de 90 graus, de cima para baixo, com aqueles prédios imensos, com uma lente supergrande angular para realçar a sensação de vertigem. Foram três sobrevoos na cidade em um Esquilo, sem as portas e na altitude máxima permitida lá, que é dois mil pés. 
 
Quando chegamos ao ponto onde eu queria, uma região com muitos prédios, o piloto começou a rodopiar para o helicóptero ficar bem de lado e não aparecer os esquis enquanto fotografava. Foi um momento de muita adrenalina!  

O resultado foi uma imagem muito interessante. Eu a enviei por email a uma agência de fotografia e ela acabou sendo escolhida como um dos pôsteres do filme “Inception” (A Origem, na versão em português). Fiquei muito contente quando eu soube. O filme é muito bacana. 

Adrenalina! Fotógrafo se pendura no helicóptero para capturar imagens sobre os arranha-céus em Nova York. Crédito: Divulgação.

Avantto – Quais aeronaves já pilotou? E por que não seguiu carreira na aviação?
Cássio – Robinson 22 e 44. Não segui carreira porque não era a ideia: queria ter proximidade com a aviação e o conhecimento. Isso me ajudou muito para as fotografias que eu fiz.  

Avantto – Afinal, qual a sua maior paixão: aviação ou fotografia? 
Cássio – Olha, é difícil dizer: eu sou realmente apaixonado pelas duas coisas. No final, acho que é muita sorte ter uma ocupação que permite juntar essas duas paixões. Posso exercer a profissão de fotógrafo voando de helicóptero. 

Para saber mais do trabalho de Cássio Vasconcellos, suas séries, exposições e livros, acesse o site: cassiovasconcellos.com.br 

15/01/24

Calendário da Aviação Executiva – 2024 

Por Avantto

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SINGAPORE AIRSHOW 

Crédito: Divulgação

É uma das principais feiras de aviação da Ásia, realizada no Changi Ehxibition Centre, dentro do moderno aeroporto de Changi, em Cingapura. O evento combina show aéreo com pátio de lançamentos de aeronaves comerciais, executivas e equipamentos. Um dos destaques é o apelo tecnológico dos estandes. 

Serviço:
Singapore Airshow 
De 20 a 25 de fevereiro 
singaporeairshow.com 

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AIRCRAFT INTERIORS EXPO (AIX) 

Crédito: Divulgação

Uma feira dedicada exclusivamente ao design de interiores e entretenimento de bordo de aeronaves comerciais e executivas. Realizada em Hamburgo, na Alemanha, a AIX reúne companhias aéreas, engenheiros, especificadores e as principais fabricantes do mundo em busca de soluções inovadoras para tornar as cabines de aviões e helicópteros ainda mais sofisticadas e confortáveis. 

Serviço: 
Aircraft Interiors EXPO 
De 28 a 30 de maio 
Hamburgo (ALE)
aircraftinteriorexpo.com 

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EBACE 2024 

Crédito: Divulgação

A maior feira de aviação da Europa acontece no Palexpo, dentro do Aeroporto Internacional de Genebra, na Suíça. Reúne os principais fabricantes globais, companhias aéreas, operadoras e empresas de tecnologia e inovação. É um grande palco para lançamento de aeronaves e novas tecnologias para a aviação executiva. Eventos de conteúdo durante a feira costumam ser bastante disputados. 

Serviço:
EBACE 2024 
De 28 a 30 de maio 
Genebra (SUI) 
ebace.aero 

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CATARINA AVIATION SHOW 

Crédito: Divulgação

O evento boutique organizado no aeroporto Catarina, no interior de São Paulo, é aberto apenas para convidados. Com foco no público de alta renda, combina aviação e lifestyle de luxo, com marcas automotivas, bebidas e do mercado imobiliário apresentando simultaneamente seus produtos e serviços. 

Serviço: 
Catarina Aviation Show 
De 13 a 15 de junho 
São Roque (SP) 
catarinaaviationshow.com.br 

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LABACE 2024 

Crédito: Divulgação

O evento no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, é o maior e mais importante da América do Sul. Na edição 2023, recebeu mais de 17,3 mil visitantes e participantes – 26% acima do ano anterior. Foram 120 marcas e 47 aeronaves apresentadas. Destaque para o ciclo de palestras sobre segurança, negócios e sustentabilidade no setor. 

Serviço: 
Latin American Business Aviation Conference and Ehxibition – LABACE 2024 
De 6 a 8 de agosto 
São Paulo (BRA) 
labace.com.br 

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NBAA-BACE 2024 

Crédito: Divulgação

É considerado o maior evento do setor em todo mundo. Sediada no Centro de Convenções do Aeroporto Executivo Henderson, em Las Vegas (NV), a feira é conhecida por lançar tendências, serviços e produtos, além de organizar talks e debates com membros importantes da indústria aeroportuária global. Não raro, é possível se encontrar astros de Hollywood entre os estandes e pátio de exposição. Em 2022, por exemplo, parte do elenco do filme “Top Gun – Maverick” esteve no evento para promover o longa metragem. 

Serviço:
NBAA Business Aviation Conference & Ehxibition 2024 
De 22 a 24 de outubro 
Las Vegas (EUA) 
nbaa.org 

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MEEBA 2024 

Crédito: Divulgação

O evento mais importante do setor no Oriente Médio acontece, claro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Lançamentos de produtos, serviços e assinaturas de parcerias internacionais marcam o evento. Outro destaque é o conteúdo oferecido aos visitantes por meio do Bizav Talks, com speakers do mundo todo e mais de 10 horas de palestras. Bienal, a última edição, em 2022, recebeu 10 mil pessoas, 47 empresas e 110 jornalistas.

Serviço: 
MEBAA Show 
De 10 a 12 de dezembro 
Dubai (UEA)
mebaa.aero 

05/01/24

É hora de praia! 

Por Avantto

Férias de verão é, para muita gente, sinônimo de praia. Dar um mergulho refrescante e passar uma temporada de “dolce far niente” à beira-mar é essencial para desacelerar do estresse diário que a maioria das pessoas vive no resto do ano. Porém, acessar as principais praias do litoral brasileiro nesta época do ano nem sempre é uma tarefa fácil. A não ser que o caminho escolhido seja pelas nuvens. 

Mais do que um luxo, a aviação executiva é garantia de mobilidade aérea ágil, eficiente e confortável – principalmente em períodos como este, de estradas cheias e aeroportos comerciais entupidos de gente. Além disso, oferece aos viajantes um presente de valor inestimável: mais tempo, para curtir as férias com quem mais se gosta. 

Quer saber quanto tempo demora para ir de jatinho ou helicóptero para a praia? Pois bem, selecionamos cinco destinos do litoral brasileiro muito procurados no verão e mostramos esses tempos e quais aeronaves de nossa frota são as mais indicadas. Confira a seguir. 

SÃO PAULO >>> LITORAL NORTE (SP) 
Tempo: 35 minutos 
Aeronave: AW109 Power 

Créditos: Paulo Stefani / Divulgação Sectur Ilhabela.

O heliponto está localizado na Praia da Baleia, um dos destinos de verão mais desejados do estado de São Paulo. Dali, é possível também conectar (via terrestre) outras praias daquela orla, como Santiago e Maresias, bem como esticar até Ilhabela, com a mesma aeronave: o helicóptero AW 109 Power, com capacidade para seis passageiros e velocidade de cruzeiro de 282 km/h. 

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SÃO PAULO >>> ANGRA DOS REIS (RJ) 
Tempo: 40 minutos 
Aeronave: Phenom 100 

Créditos: Jaume Galofré / Unsplash. 

A Costa Verde do Rio de Janeiro é repleta de praias paradisíacas. Dentre elas, a Ilha Grande se destaca: são 193 km2 com 113 praias, de todos os tipos, trilhas em meio à natureza exuberante, bons restaurantes e pousadas. Além dela, o litoral de Angra tem outras 364 – algumas particulares, outras com acesso público via barco. O ponto de descida utilizando o jato Phenom 100 – para quatro passageiros e velocidade cruzeiro de 722 km/h – é o Aeroporto de Angra dos Reis. 

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SÃO PAULO >>> FLORIANÓPOLIS (SC)
Tempo: 60 minutos 
Aeronave: Phenom 100 

Créditos: Paulo Kopzinski / Unsplash. 

A capital catarinense é outro destino super desejado nesta época do ano. Pudera: localizada na chamada “Ilha da Magia”, a cidade combina praias lindíssimas, gastronomia de excelência, hotelaria cinco estrelas e agito de sobra. Neste quesito, aliás, a praia de Jurerê Internacional, é um dos points mais conhecidos do país, visitado por brasileiros e estrangeiros. O acesso a Florianópolis se dá pelo Aeroporto Internacional Hercílio Luz, na parte sul da ilha, a 12 km do centro. 

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SÃO PAULO >>> TRANCOSO (BA)
Tempo: 01h50 
Aeronave: Phenom 300 

Créditos: Caico Gontijo / Unsplash. 

Não tem como: pensou em praia badalada no Nordeste, o nome quem vem à cabeça é Trancoso. O balneário ao sul do estado da Bahia é considerado um “hotspot” mundial de verão: tem praias belíssimas emolduradas por coqueirais, vistas incríveis do mar a partir das falésias, restaurantes e hotéis premiados internacionalmente e festas sofisticadas, cheias de celebridades. Contudo, permanece com o mesmo charme de uma vila histórica. O acesso aéreo mais próximo é pelo Aeroporto Complexo Terravista, em Trancoso mesmo. A aeronave indicada é o Phenom 300, confortável para sete passageiros, voando a 739 km/h. 

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SÃO PAULO >>> JERICOACOARA (CE)
Tempo: 03h30 
Aeronave: Phenom 300 

Créditos: Yara D0RjDskLuB4 / Unsplash. 

A capital brasileira do kitesurfe é um dos destinos mais procurados por apaixonados pelo esporte. Uma tribo que desembarca no Aeroporto Internacional de Jericoacoara vinda de todos os lugares do mundo: são franceses, americanos, canadenses, alemães e, claro, brasileiros do sul e sudeste do país. O motivo é a constância dos ventos na região – média de 60 km/h – e a geografia plana do lugar. Jeri também fica ao lado de Preá, novo point da turma do kite, e está a apenas 20 minutos de voo de Fortaleza, onde praias como Cumbuco e Taíba são paradas obrigatórias. Partindo de São Paulo, a aeronave Phenom 300 é a ideal para conectar todas estas praias, graças ao seu grande alcance de voo:  3.649 km. 

31/12/23

2024: um novo tempo 

Por Avantto

Chegamos ao fim de mais um ano e a avaliação do período que termina – bem como as expectativas a respeito do próximo ciclo – se juntam em um momento rico de reflexões. Para a Avantto, o ano de 2023 foi repleto de realizações importantes. Em agosto, celebramos os 10 anos da certificação IS-BAO (International Standard for Business Aircrafts Operators), selo conquistado em 2013. Também fomos certificados pela ANAC como Administrador de Propriedade Compartilhada, dentro do regulamento RBAC-91K, por sua experiência de mais de uma década no setor. No mesmo mês, batemos recorde de visitantes em nosso estande na LABACE, a maior feira de aviação executiva da América Latina, em São Paulo. Já em novembro, promovemos o nosso primeiro Seminário de Segurança, tema de suma importância para a companhia. 

Quanto à frota, acrescentamos novos jatos e helicópteros para o programa de compartilhamento, chegando a 60 aparelhos disponíveis. Por fim, anunciamos uma parceria com a fabricante norte-americana Epic Aircraft para incorporar o turboélice E1000-GX – moderno, veloz e especializado em pousos e decolagens em pistas curtas – ao nosso time, com foco na estratégia de interiorização de nossas operações no Brasil. 

Estas conquistas refletem o comprometimento de toda a equipe da Avantto e seus parceiros em seguir oferecendo serviços nos mais altos padrões de qualidade e de atenção prioritária e inegociável com a segurança. Um compromisso assumido desde a fundação da empresa, em 2011. 

E agora? O ano novo traz novidades para a indústria da aviação executiva. Um período em que o setor buscará um olhar ainda mais apurado para a sustentabilidade, com o desenvolvimento de combustíveis menos poluentes. Espera-se também avanço significativo na mobilidade aérea elétrica urbana (UAM, em inglês), com testes finais dos modelos EVTOL: veículos elétricos de pouso e decolagem vertical. Um dos projetos mais avançados, o Eve, da Embraer, conta com parceria estratégica da Avantto e deve ganhar os céus do mundo até o final desta década. 

Para nós, 2024 guarda um novo tempo também para as pessoas. Um ano para cuidar melhor da saúde física e mental, buscar momentos de comunhão com a natureza e reduzir a marcha da vida frenética nas grandes cidades, mas sem perder o ritmo nos negócios. 
 
Por aqui, seguiremos trabalhando incansavelmente para oferecer mobilidade aérea ágil, eficiente e segura aos nossos clientes e amigos. Para que todos tenham mais tempo ao lado das pessoas mais importantes de suas vidas. 

Boas Festas! 
E um 2024 com mais tempo para você. 

29/12/23

Volta ao mundo de avião

Por Avantto

Realizar uma viagem de volta ao mundo é um sonho para muitos apaixonados por aviação. Embarcar em um jato exclusivo e visitar diversos países em uma mesma jornada de descobertas é o que se convencionou chamar de “lifetime experience”, ou, uma experiência para toda a vida. 

Pensando nisso, empresas do setor de turismo e hotelaria têm se especializado neste tipo de ‘pacote’ de viagem nos últimos anos. Os propósitos são diversos: buscar conhecimento sobre a cultura do Oriente Médio, imersão espiritual nos países asiáticos, adrenalina pela natureza selvagem da África e tours enogastronômicos por nações com tradição culinária e na produção de bebidas, entre outros. 

Uma destas empresas é o grupo hoteleiro Four Seasons. Em seu “Four Seasons Private Jet Experience”, a multinacional canadense oferece dezenas de roteiros pelos cinco continentes – e entre eles. Como garantia de qualidade, além de jatos próprios (Airbus A321LR Neo customizados), a companhia inclui hospedagens em seus hotéis cinco estrelas que estiverem pelo caminho. 

O design elegante do jato da Four Seasons para viagens multinacionais. Crédito: Four Seasons/Divulgação.

O calendário para 2024 já está bastante apertado. No site da companhia, é possível encontrar disponibilidade para os roteiros “Explorador Antigo”, que visita 10 países em 24 dias, visitando as Maravilhas do Mundo como as pirâmides no Egito, ‘moais’ na Ilha de Páscoa, Acrópole, em Atenas, e a cidade perdida de Petra, na Jordânia; “Mundo de Aventuras” – que cruza oito países em 24 dias, vivenciando desde encontro com gorilas nas montanhas de Ruanda, meditação nas Seychelles e visitação de tempos sagrados em Kyoto; e “Descubra o Desconhecido”, que passeia por sete países em 21 dias, com Antartida, Bahamas e Machu Picchu no roteiro. O preço médio das experiências em jato privado do Four Seasons gira em torno de US$ 205 mil. Veja mais detalhes no link a seguir: fourseasons.com/privatejet 

Outra marca hoteleira importante, o Aman Group, lançou neste ano o seu portfólio de viagens exclusivas a bordo de jatos privados. Restrito a grupos de até 18 pessoas, os pacotes disponíveis para 2024 têm forte apelo ao lado exótico e de bem-estar dos países asiáticos. Dentre os roteiros, o “Mindful and Cultural Journey”, uma jornada espiritual de 15 dias pelos templos sagrados da Índia, Butão, Nepal e Sri Lanka; e a expedição pelo Sudeste Asiático, com descobertas pelo Vietnã, Cambodja, Laos e Tailândia no roteiro de 10 dias. Toda hospedagem nos países visitados acontece nos resorts da companhia. O valor dos pacotes varia entre US$ 75 mil e US$ 200 mil. Veja mais no link: aman.com/journeys 

Templos sagrados da Ásia estão no roteiro da Aman Group: imersão espiritual. Crédito: Aman Journeys/Divulgação.

De bar em bar 
A empresa TCS World Travel criou um roteiro inusitado para quem aprecia degustar bebidas e drinks: são 34 dias visitando destilarias – desde marcas famosas a pequenas produções especiais – ao redor do mundo. O grupo de até seis pessoas parte de Nova York em avião Legacy 650 ou similar e inicia a imersão pelo Kentucky, descobrindo a origem do autêntico bourbon americano. De lá, segue viagem pelas Américas, degustando mezcal no México, rum na Martinica e pisco no Peru. 
 
Do outro lado do Oceano Atlântico, o tour etílico faz uma parada rápida nos Açores, para apreciar vinhos portugueses, antes de chegar à Escócia, onde a viagem se estende por mais tempo, obviamente. Com visitas guiadas e privadas, os viajantes poderão provar do melhor scotch whisky produzido naquelas terras em diversas destilarias. 
 
Acabou? Não! Depois, a turma segue ainda para provar vodca na Polônia e termina conhecendo a história do gin, em Londres. O preço estimado para este pacote “tailor made”, ou seja, organizado conforme a demanda, é de US$ 270 mil. Para mais detalhes, acesse o link a seguir: tcsworldtravel.com 

Degustação de bebidas especiais de produtores espalhados por diversos países é o principal atrativo do roteiro desenvolvido pela TCS World Travel. Crédito: TCS World Travel/Divulgação. 

Viagens de conhecimento 
As expedições aéreas de luxo também têm buscado o apelo do conhecimento para atrair os viajantes. Em geral, as operadoras criam roteiros temáticos e levam a bordo especialistas naquele assunto para orientar o grupo e debater sobre os assuntos durante a viagem. 

A empresa de conteúdo National Geographic criou um roteiro de volta ao mundo de 24 dias, visitando 10 patrimônios da humanidade definidos pela Unesco. O grupo de até 75 pessoas viaja acompanhado de experts e exploradores da companhia, especialistas em antropologia, arqueologia, biólogos e paleontólogos. Para o ano que vem, serão seis viagens como esta. O preço por pessoa é de US$ 96.995. Mais informações no site: nationalgeographic.com 

No Brasil, a Latitudes é uma das pioneiras a oferecer este tipo de pacote. No seu programa “Private Jet Expeditions – 2025”, um dos roteiros é o “Around Africa”, que passará por seis países em 21 dias. Três especialistas acompanharão os viajantes nesta jornada: o historiador Daniel Sousa; Tanguy Bahgdadi, mestre em Relações Internacionais; e o fotógrafo Érico Hiller, expert em África. Para o catálogo de passeios em 2024, acesse o link: latitudes.com.br 

Conforto de primeira classe no jato da Latitudes. Crédito: Latitudes/Divulgação. 

Como são os aviões? 
As aeronaves escolhidas para estes passeios costumam variar conforme a quantidade e distância dos destinos a serem percorridos. Em geral, trata-se de modelos comerciais de grande porte que são transformados em verdadeiros hotéis voadores. 
 
No Four Seasons Jet Experience, por exemplo, o Airbus A321LR Neo teve a capacidade de passageiros na cabine reduzida de 76 para 48, com poltronas-cama em células de conforto com dois metros de extensão. O interior é todo customizado com revestimentos de primeira linha e com novos ambientes, como bar e dois closets para trocas de roupa. A tripulação dos aviões ganhou ainda o acréscimo de um chef de cozinha permanente e um médico de bordo. 

Bar no jato da Four Seasons: para brindar a 40 mil pés de altura. Crédito: Four Seasons/Divulgação. 

As “Jet Expeditions” da Aman são realizadas em Airbus ACJ 319, modificados para comportar apenas 19 assentos – ao invés dos 130 tradicionais. Isso permitiu a criação de amplos espaços de circulação e dois lounges para convivência entre os viajantes. Um chef de cozinha, duas comissárias, médico e engenheiro compõem o time de bordo. 

Conforto é destaque no avião utilizado pela Aman: apenas 19 poltronas dentro do Airbus ACJ319. Crédito: Aman Journeys/Divulgação. 

Na Latitudes, a aeronave escolhida é um Boeing 757-200 customizado, com 48 poltronas executivas, reclináveis a 180º, e iPads com todo o conteúdo que será apresentado nas palestras a bordo. A National Geographic usa o mesmo modelo, adaptado para 75 passageiros e tripulantes. 

Um Boeing 757-200 adaptado para apenas 48 passageiros atende aos clientes da Latitudes. Crédito: Latitudes/Divulgação.