09/01/25

Luxo à beira do mar

Tempo de leitura: 10 minutos

Por Fabiano Mazzei

Condomínios residenciais exclusivos, em praias paradisíacas do litoral brasileiro estão agitando o mercado imobiliário de segunda residência no país. Nos últimos anos, empreendimentos assim, ultraluxuosos, com casas assinadas por arquitetos renomados e amenities de resort cinco estrelas, têm surgido em famosos destinos turísticos, atraindo famílias e investidores nacionais e estrangeiros em busca do “dolce far niente” à beira do mar.

Trancoso, na Bahia, é um dos destinos a receber estes novos condomínios. Famoso por receber celebridades internacionais e festas badaladas, sobretudo no Réveillon, o vilarejo conta ótimos restaurantes e hotéis de luxo.

Um deles, o Fasano Trancoso, também possui um complexo residencial anexo, formado por 41 “villas” projetadas por expoentes da arquitetura nacional, como Isay Weinfeld, Thiago Bernardes e Gálvez & Márton. O preço médio destas mansões gira em torno de R$ 20 milhões. Há ainda 29 lotes nas Estâncias Fasano, para a construção de projetos próprios, em um platô com vista para o mar. Todas as unidades têm acesso aos serviços e facilities do hotel, como room service e concierge.

Exemplo de residência projetada por Thiago Bernardes no condomínio Fasano Trancoso, na Bahia

Ainda na Bahia, na Península de Maraú, o empresário italiano Ferruccio Bonazzi, ex-CEO do estaleiro Ferretti Europa, acaba de lançar o Kiaroa Residences e Marina: um condomínio com 222 lotes, lazer com piscina de 800 m2 e borda infinita, clube náutico com píer flutuante e heliponto certificado pela ANAC.

“Será o único empreendimento na região com marina própria, onde o morador poderá chegar com seu barco de até 45 pés e deixar estacionado na frente do condomínio”, explica Bonazzi.

Vista da piscina Kiaroa Residences, em Maraú (BA): único com clube náutico na região (Foto: Divulgação)
EXCLUSIVIDADE

No litoral sul de Alagoas, o Reserva Pituba surpreende pela exclusividade em uma orla de beleza singular, com mar azul turquesa emoldurado por um vistoso coqueiral. O empreendimento fica dentro da fazenda do casal Gustavo Halbreicht e Thereza Collor, em uma área com 6 km de faixa de areia. Uma barreira de corais a 100 metros da costa é responsável por criar piscinas naturais na praia diante do condomínio.

Um time de primeira linha da arquitetura foi escalado para criar as residências, como os escritórios de Carolina Proto e Bernardes Arquitetura. O valor das residências varia entre R$ 13,5 milhões e R$ 22 milhões.

Fazenda particular em praia paradisíaca de Alagoas receberá as residências de luxo do empreendimento Fazenda Pituba (Fotos: Divulgação)

Toda infraestrutura elétrica e de cabos de fibra ótica é subterrânea. Outro investimento importante é a pista de pouso para jatos privados, já asfaltada e balizada, com 1.500 metros de extensão – maior do que a do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O terminal contará com sala de embarque, estacionamento, estrutura de apoio completa e apartamentos para a tripulação.

“Nosso cliente de São Paulo poderá deixar a cidade na sexta-feira ao final da tarde e desembarcar no aeroporto da Reserva à noite, em uma viagem mais rápida do que se fosse de carro até o litoral norte paulista”, aposta Gustavo Halbreicht.

A pista de pouso para jatos executivos do Reserva Pituba (Foto: Divulgação)
AO SABOR DO VENTO

Mais acima no mapa, em Cruz (CE), um grupo liderado pelo ex-sócio da XP Investimentos, Julio Capua, lançou o Vila Carnaúba em 2021. O condomínio ocupa uma área de 516 mil metros quadrados na praia do Preá, uma pacata vila de pescadores transformada em novo point do kitesurfe nacional.

A 15 minutos por via terrestre do Aeroporto Internacional de Jericoacoara, o Vila Carnaúba tem masterplan e oito modelos de casas concebidas pelo escritório português OPY Arquitetura, de Miguel Pinto Guimarães e Sergio Conde Caldas.

Villa Carnaúba: infraestrutura de lazer e hospedagem completa para a turma do kite (Foto: Divulgação)

A primeira fase do empreendimento foi entregue em julho de 2024, com 160 dos 230 lotes – de até 2 mil metros quadrados, dispostos ao redor de lagoas de água doce, próprias para o banho. Parte destas propriedades já contam com casas prontas, cujos valores partem de R$ 3,5 milhões.

Há também o Carnaúba Wind Houses: uma combinação de clube privativo com programa de membership e hospedagem flexível, para quem deseja desfrutar do lugar sem adquirir as casas ou lotes. “É um produto pensado para pessoas não querem ter de administrar mais uma residência ou têm tempo reduzido. Aqui, elas poderão usufruir de todo o lazer e serviços por até oito semanas ao ano”, explica Capua. Cada título parte de R$ 236 mil, o que dá direito a 15 dias de uso anualmente. Dentre outros destaques do projeto no Ceará estão o Spa by Anantara, quadras de tênis, restaurantes, beach club e a parceria com o Rancho do Kite, uma das principais escolas do esporte no país.

COSTA FLUMINENSE

No litoral do Rio de Janeiro, a Fazenda Portobello, em Mangaratiba oferece quatro tipos de propriedade: Land, Sea e Sky Houses, e a recém-lançada Villa da Praia. Em comum, todas ficam anexas ao Portobello Resort & Safari, tradicional hotel de praia na Costa Verde do estado.

As Land Houses são como pequenas fazendas, em terrenos de 20 mil metros quadrados localizados próximos à Serra do Mar. As Sea Houses ficam próximas aos canais de navegação, com vaga para barco na porta e saída para a Baía da Ilha Grande. Já as Sky Houses são formadas por lotes ao redor da pista de pouso do empreendimento, com 1.270 metros de extensão, com direito a instalação de um hangar privativo.

Em agosto, foi lançada a Villa da Praia: um conjunto de 22 casas com 555 metros quadrados e quatro suítes, projetadas pelo arquiteto Duda Porto, no lugar onde ficava a casa do dono do complexo, Carlos Borges. “É um terreno pé na areia e que guarda muitas memórias afetivas, onde morei por muitos anos. Mas tinha um desejo de mudança e este projeto é uma realização muito gratificante”, afirma Borges.

Villa da Praia é a novidade da Fazenda Portobello: residências com vaga para barco e acesso aos amenities do resort (Divulgação)


No lado oposto do litoral fluminense, na região dos lagos, a cidade de Búzios tem ganhado novos empreendimentos imobiliários de alto padrão nos últimos anos. No balneário a 160 km do Rio de Janeiro, o Opportunity – Fundo de Investimento Imobiliário lidera o maior projeto de incorporação do país: o bairro planejado Aretê Búzios, com 6 milhões de metros quadrados.

Inspirado na cidade de Port Grimaud, na Côte d’Azur francesa, tem canais navegáveis conectados ao mar e um grande arquipélago interno. As residências estão divididas entre as regiões que ficam mais próximas da praia e da montanha, estas com vista para o campo de golfe profissional, com 18 buracos, projetado pelos americanos Pete e Perry Dye.

O empreendimento inclui ainda um “bike park”, com pista de ciclismo de estrada e de montanha; marina; hotel e clube esportivo, além do aeroporto Umberto Modiano, apto a receber jatos executivos e helicópteros.

Aretê Búzios: bairro planejado na Praia Rasa, com marina, hotel e golfe (Foto: Divulgação)

Vizinho ao Aretê está o condomínio Casa Búzios, na Praia Rasa. Com residências de até cinco suítes, projetadas pelo arquiteto baiano David Bastos, o empreendimento conta com spa, academia, lago contemplativo, mais de 30 itens de lazer e um beach club, o Casa Mar, com bares e restaurante. “Búzios é uma joia do litoral brasileiro, com 300 dias de sol por ano, clima perfeito para a prática de esporte náuticos, 23 praias e gastronomia famosa no país todo. Um lugar perfeito para viver ou descansar”, diz o empresário Marcelo Conde, CEO do Grupo ST, responsável pelo Casa Búzios.

Residência projetadas por David Bastos no empreendimento Casa Búzios (Foto: Divulgação)

09/01/25

A magia de Punta

Clássico do verão na América do Sul, Punta del Este, no Uruguai, segue encantando turistas de todo o mundo. Descubra os motivos.

Tempo de leitura: 06 minutos
Por Fabiano Mazzei

Cosmopolita, “low profile” e na vanguarda das tendências quando o assunto é lifestyle de verão. Esta é Punta del Este, balneário no Uruguai que, por sua combinação única de praia, hotéis de luxo, gastronomia de excelência e uma atmosfera cool, ganhou a alcunha de “Saint Tropez da América do Sul”.

Não é à toa. Com pouco mais de 21 km2 de área, Punta conta com orla generosa, formada por duas “playas” principais: Mansa e Brava. Localizada no departamento de Maldonado, a 120 km da capital uruguaia, Montevidéu, tem pouco mais de 10 mil pessoas, mas supera as 400 mil na alta temporada de verão, quando a cidade recebe turistas do mundo todo.

Charmosa e com alta qualidade de vida, Punta del Este virou destino de segunda moradia (Foto: Pexels)

O Uruguai, aliás, está na moda: em 2023, o número de visitantes cresceu 55,5%, de acordo com o Ministério do Turismo. Foram 3,8 milhões de pessoas em doze meses, gerando receita de US$ 1,7 bilhão. Em anos de bom fluxo, o turismo chega a representar 7% do PIB do país. A Argentina segue como maior emissora de turistas. Já o Brasil vem em segundo lugar, com 500 mil visitantes anuais.

“São pessoas que buscam descanso em meio às belezas naturais, tranquilidade e a segurança de Punta del Este e a região de Maldonado. Um ritmo de vida mais lento, para fugir da agitação das grandes cidades”, afirma Martin Laventure, Diretor Geral de Turismo de Maldonado. Segundo o executivo, Punta tem investido em eventos culturais, esportivos e empresariais fora da alta temporada, o que tem mantido a cidade vibrante o ano todo.

“Esta agenda ajuda a atrair turistas de nicho durante o outono e inverno. Muitos hotéis e resorts têm infraestrutura para grandes convenções, o que traz um público de negócios para a cidade. Além disso, temos investido na promoção do destino na Europa e nos Estados Unidos, com boas respostas até aqui”, diz Laventure.

CULTURA E GASTRONOMIA

Punta del Este tem muito mais a oferecer do que a vida al mare. No tema artes e cultura, por exemplo, não faltam atrações: a cidade é repleta de charmosas galerias de arte, cafés e livrarias, bem como museus.

O mais famoso deles é a Casapueblo, em Punta Ballena, a 13 km do centro de Punta. Construída com a ajuda de pescadores locais pelo artista uruguaio Carlos Páez Villaró (falecido em 2014), reúne a sua obra cuja inspiração obteve no trabalho do amigo pessoal: Pablo Picasso. O lugar conta ainda com cafeteria, restaurante e hotel.

Casapueblo é misto de hotel, restaurante e galeria de arte (Foto: Pexels)

Em 2022, foi inaugurado o Museu de Arte Contemporânea Atchugarry, onde fica a Fundação Pablo Atchugarry, famoso escultur uruguaio. O prédio com design futurista e feito basicamente de madeira é assinado pelo arquiteto Carlos Ott e apresenta não apenas o acervo de Atchugarry como de outros artistas nacionais e internacionais. Ainda na agenda cultural, a Rizoma – um mix de livraria, cafeteria e hotel, aberta em 2020 – é passeio imperdível para quem visita a região.

A gastronomia é outro ponto forte. Em Punta e arredores, a oferta de boas mesas é de impressionar: há opções desde cozinha internacional – como na Boutique de La Bourgone, de comida francesa – a restaurantes com culinária típica uruguaia, com foco nas “parrillas y pescados” – churrasco e frutos do mar.

MACA, parrilla e livraria Rizoma: cultura e gastronomia são atrativos do balneário (Fotos: Divulgação)

As carnes uruguaias são famosas, muito por conta do chef Francis Mallmann, argentino radicado no país e que comanda casas célebres por ali, como os restaurantes Garzón e 1884. O menu regional e sua “cocina de fuegos” estão entre os mais admirados do mundo.

Outra tradição são os restaurantes dentro da faixa de areia: os “paradores”, dica perfeita para provar da rica gastronomia do mar da região. Dois deles se destacam: La Huella e Susana. Em ambos, a receita é receber os clientes de maneira descontraída, com drinks leves e refrescantes, e pratos com muito peixe fresco, lagostas, camarões e polvo. O La Huella, liderado pela chef Vanessa González, figura em 16º lugar na lista dos “50 Best Latin America’s Restaurants”. Já o La Susana é mais recente, mas igualmente charmoso e com ótimo cardápio.

“Maldonado tem incentivado também o enoturismo, com visitas a vinícolas e degustações de vinhos, especialmente da variedade Tannat, que é emblemática do Uruguai. A gastronomia é, de fato, um ponto forte do destino”, analisa Laventure.

Parador La Huella: o jeito cool de comer e beber na praia de José Ignácio (Foto: Divulgação)
VIZINHO COOL

A 30 km de Punta, o balneário de José Ignacio é o refúgio preferidos dos brasileiros, pelo estilo de vida “beach chic” refletido no jeito de vestir das pessoas, na arquitetura e na hotelaria também. Uma das redes de hotéis mais badaladas da cidade, Vik Retreats, conta com três unidades que refletem bem esta atmosfera: Playa, Bahia e Estância.

O primeiro se destaca pela piscina de borda infinita, debruçada sobre a Playa Mansa e com vista deslumbrante de toda a costa da região. O projeto é do arquiteto Carlos Ott: um prédio de dois andares, com fachada escultural, três suítes e seis “guest houses”, repleto de obras de arte no seu interior.

O Bahia Vik foi concebido arquiteto uruguaio Marcelo Daglio, tem quatro piscinas feitas de pedra, restaurante e 25 acomodações – dentre elas, quinze luxuosos bangalôs integrados às dunas de areia. Por fim, o Estância Vik tem proposta de casa da fazenda, em uma propriedade de 4 mil acres de extensão, com campo de polo equestre, piscina, restaurante e 12 acomodações conectadas por pátios e jardins.

Propriedades Vik Retreats em José Ignácio: opções de hospedagem de luxo (Fotos: Divulgação)

Outra opção é o hotel Fasano Las Piedras. Em 2010, o grupo hoteleiro brasileiro inaugurava o seu primeiro empreendimento no Exterior exatamente em La Barra, dentro do perímetro de Punta. O projeto original – do arquiteto Isay Weinfeld, com vinte bangalôs – ganhou expansão em 2016, com um módulo de dez apartamentos, assinados por Carolina Proto.

O lugar conta com spa, campo de golfe, river club, centro equestre e três restaurantes. Recentemente, a propriedade lançou um condomínio para morar com lotes, villas e estâncias, exatamente para atender à demanda de estrangeiros por segunda residência em Punta e região.

Fasano Las Piedras é uma das referências de hotelaria cinco estrelas (Foto: Divulgação)

Sim, o balneário uruguaio também tem sido cada vez mais procurado como destino de “second home” pelos brasileiros. O Uruguai vive período de estabilidade econômica, é considerado um país seguro e está a poucas horas de voo das principais capitais do Sul e Sudeste. Além disso, o governo uruguaio oferece incentivos fiscais para investidores do Exterior, como isenção de impostos sobre propriedades e reduções tributárias em diversos setores.

Isso tem injetado um volume cada vez maior de capital internacional no mercado imobiliário de Punta del Este, onde o metro quadrado já ultrapassa a cifra dos US$ 3 mil. “Temos recebido muitos compradores de alto poder aquisitivo, inclusive do Brasil, interessados em propriedades de luxo para segunda residência, locação de temporada ou para diversificar seus investimentos”, afirma Laventure.

09/01/25

Búzios está de volta!

Com 23 praias, sol o ano todo, gastronomia de qualidade e hotéis de luxo, balneário no litoral do Rio recupera o glamour. Saiba mais.

Tempo de leitura: 5 minutos
Por Fabiano Mazzei

Não faz muito tempo, as turmas do Gallery e do Hippopotamus – dois célebres clubes noturnos dos anos 1980/90, que concentravam o “high Society” de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente – desembarcavam em peso Búzios, balneário a 160 km da capital fluminense. Naqueles verões, a cidade ficava tomada por socialites, empresários, modelos e personalidades, todos em busca daquela atmosfera rústica e chique à beira do mar, que se tornou marca registrada da cidade.

Mas, nas décadas seguintes, o destino – uma pacata vila de pescadores alçada ao estrelato nos anos 1960, graças à visita da atriz francesa Brigitte Bardot – ganhou concorrentes de peso. As praias do Nordeste, lideradas por Trancoso (BA), caíram no gosto desse público e Búzios saiu do foco. Porém, jamais ficou esquecida.

A cidade seguiu forte e, hoje, é uma das mais visitadas do País: foram 671,8 mil turistas brasileiros e outros 320 mil estrangeiros em 2023, de acordo com o Conselho de Turismo da Costa do Sol (Condetur). Búzios também se tornou escala obrigatória dos cruzeiros marítimos no Brasil: foram 78 navios na temporada 2023/24.

Praia de João Fernandes, uma das preferidas dos turistas que visitam Búzios (Foto: Divulgação)
DESENVOLVIMENTO

Essa multidão vem para desfrutar da natureza preservada da região e das 23 praias que formam o município, de 70 km2, que fazem de Búzios um dos locais mais privilegiados para a prática de esportes náuticos, como surfe, kitesurfe, wingfoil, canoa havaiana, vela e mergulho.

Agora, a cidade busca se reconciliar com o turismo voltado para alta renda, registrando a abertura de novos hoteis, festivais culturais e gastronômicos, e a chegada de investimentos imobiliários importantes.

Um exemplo é o exclusivo A Concept Hotel & Spa (fotos abaixo), que abriu as portas na praia de Manguinhos, em 2020. Antiga residência de veraneio do empresário Roger Wright na cidade (morto em um trágico acidente de avião em 2009), a propriedade foi adquirida por um grupo de investidores liderado pelo alemão Harald Huth, do setor de shopping centers na Europa, e ganhou 25 suítes e 15 ‘villas’. O projeto é do escritório Bernardes & Jacobsen Arquitetura, com ambientes decorados por obras de artistas e designers como Vik Muniz e Sergio Rodrigues.

GUINADA AO LUXO

A outra novidade é o retrofit do lendário hotel Nas Rocas, na Ilha Rasa. O lugar, que já hospedou Bono Vox e Madonna nos anos 1990, esteve fechado por 22 anos. Comprado pelo Resid Hotels&Club, contará com 66 acomodações, restaurante e um bar de praia, que começa a operar já no próximo verão. A ilha, de 120 mil metros quadrados, será um lugar para experiências únicas, a começar pela gastronomia – assinada pelo chef Alex Atala, um dos sócios. O acesso se dará por meio de um programa de ‘membership’, para até 2.500 associados. O preço do título no lançamento do projeto foi de R$ 300 mil.

O turismo da cidade também festeja os 50 anos do Casas Brancas Boutique Hotel & Spa. A tradicionalíssima hospedagem na Praia dos Ossos foi fundada nos anos 1970, com apenas quatro cômodos. Hoje, conta com 34 suítes, piscina e dois restaurantes: 74 e 74 Osteria, ambos muito badalados.

A gastronomia da cidade, aliás, é uma das principais atrações de Búzios. Casas como Belli Belli, Místico, Anexo, Canto e Primitivo estão entre as mesas mais disputadas. Outra tradição local são os “beach clubs”: o Rocka, do chef argentino Gustavo Rinkevich, fica à beira da Praia Brava, tem cadeiras e guarda-sóis distribuídos em pequenos terraços sobre a areia e um salão principal descontraído, com vista exuberante do mar.

Rocka Bar, do chef argentino Gustavo Rinkevich, é um dos melhores restaurantes de praia do Brasil

REAL ESTATE

A reboque da requalificação do turismo, o setor imobiliário local também se sofisticou. Empreendimentos de grande porte estão redesenhando a cidade, sendo o Aretê Búzios o maior deles: um bairro planejado com 600 mil metros quadrados, englobando condomínios residenciais de alto padrão, hotel, restaurante, marina própria com 40 km de canais navegáveis, centro de tênis, bike park para a turma do pedal e campo de golfe com 18 buracos.

O local também abriga o Aeroporto Umberto Modiano, com pista de asfalto de 1.300 metros de extensão, 30 metros de largura, balizamento noturno e abastecimento de combustível permanente. Devido a estas condições, o terminal está apto a receber desde jatos executivos a aviões comerciais de médio porte.

Casas com vagas para barco no bairro planejado Aretê Búzios (Foto: Divulgação)

A infraestrutura urbana da cidade também tem ganhado melhorias. No caso do receptivo ao turista, o Búzios Convention & Visitors Bureau (BCVB) instalou torres de wi-fi gratuito no atracadouro dos cruzeiros e deve estender o benefício para outros pontos turísticos da cidade, como a Rua das Pedras, o Porto da Barra e a Orla Bardot.

“O turismo da cidade cresceu 30% desde a pandemia. A chegada destes novos produtos hoteleiros de padrão mais elevado tem ajudado a divulgar Búzios a um público de poder aquisitivo mais alto”, afirma Arouca.

A cidade recebeu mais de 70 cruzeiros marítimos na última temporada de verão (Foto: Divulgação)

Crédito: Shutterstock.

20/09/24

Hotspot: Atacama

Por Fabiano Mazzei

Todos os anos, cerca de 250 mil turistas desembarcam no aeroporto de Calama, a 1.500 km ao norte de Santiago, no Chile, com um único propósito: conhecer de perto um dos lugares mais áridos, remotos e deslumbrantes do planeta – o Deserto do Atacama. 

O que encontram por lá são paisagens que mais parecem criadas em filmes de ficção científica: vales de areia quase vermelha, vulcões de todos os formatos e tamanhos, lagoas de águas absurdamente azuis, cânions em meio a cordilheiras de sal, piscinas naturais de água cristalina e quente, gêisers e uma exótica fauna, onde coiotes, guanacos – um parente da lhama – e flamingos são os grandes protagonistas.  

Este deserto é considerado o mais alto – entre 2.400 e 4.800 metros acima do nível do mar – e mais seco do mundo, com média de três dias de chuva por ano. Isso acontece graças ao seu posicionamento, emparedado entre as Cordilheiras dos Andes e da Costa do Pacífico, o que impede a chegada de umidade tanto do oceano, quanto da Amazônia. E, como todo deserto, o Atacama tem grande amplitude térmica: as temperaturas podem bater 40º C de dia e despencar a zero durante a noite. 

Para chegar de Avantto a bordo do Phenom 300, a rota indicada é São Paulo para Foz (01H20), um segundo trecho de Foz até Santiago (2H50) e um terceiro trecho até o Aeroporto de Calama (1H55).  

A porta de entrada do destino é o pequeno povoado de San Pedro do Atacama, com pouco mais de 10 mil habitantes e cuja origem remonta a milhares de anos atrás, com a chegada dos povos pré-colombianos à região. Na “calle” principal, Caracoles, encontram-se a maioria das lojas, serviços como farmácia e mercado, além dos restaurantes. Mas vale passear pelas demais ruas para desfrutar do charme rústico do lugarejo, com suas casas típicas, feitas de pedra e adobe – um tipo de argila –, visitar a igreja construída em 1745 e fazer descobertas gastronômicas tão inusitadas quanto prazerosas. 

Um destes agradáveis encontros é a La Franchuteria, na Calle Gustavo Le Paige 527: uma padaria de inspiração francesa que fabrica pães artesanais e serve sanduíches elaborados com ingredientes locais, sucos naturais e ótimo café. O espaço é um charme e conta com área externa, com mesas dispostas em meio a árvores, para quem quer fazer sua refeição ao ar livre. 

Outra descoberta são os sorvetes artesanais feitos na região. Na Babalu Heladeria, por exemplo, eles servem delícias feitas de frutos e plantas locais, como a rica-rica, chañar e o algarrobo, que parece chocolate. Tem até sorvete de cacto e de pisco sour! Quanto aos restaurantes, San Pedro do Atacama tem diversas opções: de pizzaria a carnes exóticas e receitas tradicionais como a patasca (um caldo com legumes e carne) e o pastel de choclo, uma torta de milho recheada. 

O charme rústico de San Pedro do Atacama. (Foto: Shutterstock)

Passeios imperdíveis
Mas é fora da cidade que o deslumbramento pelo Atacama se realiza, de fato. Os passeios acontecem por todo o deserto de 100 mil km2 de extensão, o que demanda deslocamentos terrestres feitos em vans. 

Dentre tantas opções de roteiros, cinco deles são considerados obrigatórios. O “cartão de visita” do deserto é o Salar Atacama: uma imensa área coberta por uma grossa camada de sal. O lugar é considerado o maior depósito salino do Chile e ganhou grande relevância econômica por conter reservas de lítio, essencial para a fabricação de baterias de celulares, laptops e veículos elétricos. 

Com a mesma relevância estão as Lagunas Altiplânicas Miscanti e Miñiques. Elas ficam a 4.200 metros de altura, aos pés do vulcão Miscanti e são conectadas entre si no subsolo. De beleza incomparável, ambas contam com boa infraestrutura para os visitantes e são proibidas para o banho. 

Lagunas Altiplânicas: cartão postal do Atacama. (Foto: Shutterstock) 

O Valle de la Luna e o del Marte são duas tradições do Atacama e, por estarem próximos e na mesma altitude da cidade, podem ser incluídos no início da viagem. Ambos impressionam pelas formações rochosas, cânions, imensas dunas de areia e vales profundos, além da absoluta ausência de vida. 

Para quem curte esportes outdoor, andar de bike pelos cânions da Cordilheira de Sal é fundamental. O passeio percorre uma rota de 20 km desde o centro da cidade até um mirante, a 60 metros de altura, em meio a uma formação geológica de 23 milhões de anos, feita de gesso, argila e sal, esculpida pela chuva e pelo vento. 

Tour de bike até a Cordilheira de Sal: adrenalina em cenário ‘lunar’. Créditos: Shutterstock.

Ainda no tema adrenalina, nada supera o trekking de altitude até o cume de um vulcão. A região do Atacama possui 12 vulcões, mas cinco deles dominam a paisagem: Licancabur (o mais famoso), Sairecabur (o mais alto, com 6.000m), Cerro Toco, Pili e o Lascar, o único ativo. Todos são acessíveis por trilha e demandam preparo físico em graus diferentes para serem vencidos. 

Dentre os roteiros mais diferentes está a visita aos Geyser del Tatio – fontes termais que ‘espirram’ periodicamente colunas de água quente. Este passeio geralmente começa bem cedo, ainda de madrugada, para se chegar ao local pela manhã. É quando o contraste do fenômeno com a atmosfera é mais visível. 

Termas de Puritama: uma hidromassagem natural em pleno deserto chileno. (Foto: Shutterstock)

E sabia que é possível dar um mergulho em pleno deserto? Nas Termas de Puritama, uma sequência de oito piscinas naturais que desce por um vale rochoso em meio às montanhas, com água a 38º C. O fenômeno se deve à manta magmática que fica nas camadas mais profundas do solo, o que aquece o lençol freático que abastece as piscinas. O local conta com boa infraestrutura de acesso, passarelas seguras e vestiário. 
 
Outra opção de banho é nas Lagunas Escondidas de Baltinache e Laguna Céjar. Em ambas, a experiência é de flutuação, já que a quantidade de sal na água impede do corpo afundar. O contraste das areias brancas com a água azul turquesa fica gravada na memória para sempre. 

Lagunas Escondidas de Baltinache: a cor azul turquesa da água impressiona os visitantes. (Foto: Shutterstock)

Onde ficar
Bem, após tantos passeios, que tal relaxar em alguns dos ótimos hotéis da região? Dentre os mais luxuosos estão o Explora Atacama, do grupo Explora; Hotel de Los Cumbres; e o Tierra Atacama, do Tierra Hotels, todos em San Pedro do Atacama.  
 
Este último, aliás, foi eleito o Melhor Resort da América do Sul 2024, pela revista Travel+Leisure. Destaque para as 32 habitações com janelas panorâmicas que se abrem para o vulcão Licancabur: uma vista de tirar o fôlego. 

Já para quem busca uma experiência mais autêntica, algumas operadoras locais oferecem o “glamping”: uma hospedagem feita em tendas repletas de conforto cinco estrelas, geralmente em localidades mais afastadas. 

Piscina com vista para os vulcões no hotel Tierra Atacama. Créditos: Divulgação. 

Dicas finais 
Para conhecer melhor o Deserto do Atacama, o recomendável é contratar os serviços de uma operadora de turismo. Devido a forte procura por parte dos brasileiros, já existem agências voltadas para esse público, com funcionários que falam o português. 
 
Eles darão dicas do que levar na mala, vestir na hora dos passeios, alimentação ideal por conta da altitude e valores extras dos roteiros: sim, muitos lugares ficam dentro de parques nacionais e cobram uma taxa dos visitantes. 

A moeda local é o peso chileno, mas cartões internacionais são bem aceitos – sobretudo estes específicos para viagens. Convém levar parte em espécie, para eventualidades. Quanto a mobilidade, hotéis e agências oferecem transporte aos passeios. Caso queira se deslocar por conta, existem poucos motoristas de aplicativo atuando na região e o tempo de espera pode ser longo. 
 
No mais, é imprescindível beber muita água e levar protetor solar e labial: lembre-se que é um deserto, tem muito sol e é muito seco também. E não se esqueça de observar o céu à noite: o Deserto do Atacama tem a atmosfera ideal para isso, limpa e sem luzes urbanas por perto. 

Créditos: Vinicius Rozza

12/09/24

24h: Balneário Camboriú

Por Avantto

Ela é conhecida como a “Dubai brasileira”, por conta dos arranha-céus que marcam a sua paisagem. Mas Balneário Camboriú (SC), a 80 km de Florianópolis é muito mais do que isso: praias paradisíacas, belezas naturais, rede de serviços completa, ótimos restaurantes e segurança são alguns dos atributos que têm colocado a cidade no mapa do turismo nacional – seja de lazer ou negócios. 

O pequeno município de 46 km2, cuja população fixa de 142 mil pessoas chega a um milhão na alta temporada de verão, tem atraído cada vez mais as pessoas em busca de férias ou para realizar investimentos, sobretudo no mercado imobiliário. 
 

Arranha-céus como o One Tower (290m) e Yachthouse by Pininfarina (294m) são os residenciais mais altos do Brasil (Fotos: Divulgação) 

Sete dos dez prédios mais altos do Brasil estão em Balneário, concentrados na orla da Praia Central. Os mais altos, segundo a plataforma The Skyscrapper City são as torres gêmeas do Yachthouse by Pininfarina, com 294 metros de altura cada. O condomínio, aliás, é endereço de veraneio de diversas personalidades, como o jogador Neymar Jr. e o cantor Luan Santana. Logo atrás vem a One Tower, com 290 metros – 7,6 vezes o tamanho do Cristo Redentor. Para os próximos anos, está prevista a construção de uma torre com quase o dobro do tamanho: a Triumph Tower, com mais de 509 metros. 

Além da Praia Central, Balneário tem mais nove praias menores, quase escondidas, conhecidas como “agrestes”. Duas delas, Estaleiro e Estaleirinho, são as mais procuradas pelos turistas. Com charme rústico, estas pequenas faixas de areia banhadas por um mar verde intenso valem muito a visita. 

Praias agrestes são opções para quem busca um charme mais rústico no banho de mar (Foto: Divulgação)

O caráter litorâneo define a gastronomia da cidade, onde é possível encontrar restaurantes excelentes que servem pratos com pescados e frutos do mar locais. Na hotelaria, há opções “business” de alto padrão e hospedagens com perfil mais boutique também. 

A sensação de segurança colocou a cidade como a 4ª mais segura do Brasil pelo ranking Connected Smart Cities 2023. Todo este contexto tem atraído as famílias do agronegócio brasileiro a frequentar Balneário e região. Com isso, muitos escritórios do setor e gestoras de investimentos têm aberto escritórios ali.  

Para quem tem ou deseja ter negócios na cidade, elaboramos um roteiro ideal com dicas de onde se hospedar, qual restaurante ir, um lugar para relaxar após o dia de trabalho e todas as informações para chegar de Avantto. Vamos lá? 

COMO CHEGAR DE AVANTTO: Em linha reta, Balneário Camboriú fica a 430 km de distância de voo de São Paulo. Há duas pistas de pouso que podem servir para quem pretende viajar à cidade. A mais recomendada é o Aeroporto Internacional de Navegantes.

Partida: Aeroporto de Congonhas (SP) 
Chegada: Aeroporto Internacional de Navegantes 
Coordenadas: 26° 52′ 43″ S / 48° 39′ 03″ W
Aeronave indicada: Phenom 100 
Tempo médio de viagem: 45min  
Traslado terrestre: 35 km 
 
OU 

Partida: Aeroporto de Congonhas (SP) 
Chegada: Condomínio Aeronáutico Costa Esmeralda 
Coordenadas: 27° 10′ 00″ S / 48° 37′ 18″ W
Aeronave indicada: Phenom 100 
Tempo médio de viagem: 45min 
Traslado terrestre: 30 km  
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Felissimo Exclusive Hotel (Fotos: Divulgação)

ONDE FICAR: Felissimo Exclusive Hotel 
Um hotel boutique com 11 suítes exclusivas, uma Villa e outra unidade sustentável chamada “Casa Verde Bravíssima”, em meio ao jardim do hotel, cinco mil metros quadrados. O Felissimo é voltado para adultos e casais, tem gastronomia de excelência e fica localizado em uma colina a 500 metros da Praia dos Amores, na divisa de Balneário Camboriú e Itajaí. Ótima opção para se desconectar pós-agenda de trabalho na cidade.

Serviço: 
Felissimo Exclusive Hotel 
Rua Lindolf Bell, 201. 
@felissimoexclusive 
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Restaurante Dudu Mar & Fogo (Foto: Divulgação) 

ONDE COMER: Restaurante Dudu Mar & Fogo 
Do chef Dudu Poerner, tem menu que busca valorizar a cozinha regional catarinense, explorando ingredientes locais como frutos do mar frescos e cortes de carne selecionados. O diferencial aqui está no processo de cozimento, com a maioria dos pratos sendo executados na brasa. A entrada Vieiras na Concha está entre as mais pedidas; no curso principal, o Polvo na Brasa com batatas ao murro, brócolis e cebola assada, e o Filé Mignon de Angus, laqueado em jus de vinho e taglioline com manteiga de trufas estão entre os mais pedidos. Drinks leves e uma boa carta de vinhos acompanham o menu, bem como a bela vista para o mar. 

Serviço: 
Restaurante Dudu – Mar & Fogo 
Avenida Atlântica, esquina com a rua 4100. 
@dudurestaurante  
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Tetto BC (Fotos: Divulgação) 

PARA RELAXAR: Tetto BC 
Recém-inaugurado na cidade, fica no 33º andar de um edifício corporativo, a 150 metros de altura. Chamam a atenção no espaço um painel de LED imersivo e a varanda Skyglass, com vidro infinito. A gastronomia tem inspiração oriental contemporânea e a coquetelaria autoral, com criações de mixologistas e bartenders que fazem sucesso mundo afora. 

Serviço: 
Tetto BC 
3ª avenida, 489 – Rooftop 33º andar. 
@tettobc 

29/08/24

24h: Goiânia

Por Avantto

Ela é conhecida como a capital do agronegócio brasileiro: é pulsante, tem muito verde, ótima infraestrutura de serviços e gastronomia famosa no Brasil todo. Esta é Goiânia (GO), a 200 km de Brasília (DF), o mais novo hub do Centro-Oeste brasileiro e parada obrigatória para quem tem negócios nos setores da agricultura e pecuária. 

A cidade tem 728 quilômetros quadrados e 1,4 milhão de habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2022. A infraestrutura de serviços tem bons hospitais – o Albert Einstein tem unidade lá –, universidades, shopping center com grifes internacionais e restaurantes de primeiríssima qualidade.  
 
E apesar de fazer calor quase o ano todo, Goiânia possui muitas áreas verdes urbanas que ajudam a refrescar o dia. As principais delas são os parques Areião, Flamboyant e Vaca Brava: todos excelentes para a prática de esportes outdoor, encontrar pessoas ou simplesmente passear tomando um sorvete. 
 
Dentre os bairros mais desejados estão os setores Marista, Oeste e Bueno. Já a via mais badalada é a Alameda Ricardo Paranhos, com suas lojas de moda e decoração de alto padrão. Não à toa, a capital de Goiás está entre as 10 melhores para se viver no Brasil, conforme estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado no ano passado. Todo este contexto tem transformado a cidade em um hub regional, atraindo pessoas e investimentos. 
 
Quanto a gastronomia, Goiânia é a terra natal do chef Ian Baiocchi, considerado o Melhor do Brasil em 2023 pela revista Prazeres da Mesa. Responsável por levar a cozinha do Cerrado para o mundo, Baiocchi já trabalhou com nomes como Alex Atala e o catalão Joan Roca e, hoje, tem diversos restaurantes na cidade. Como se não bastasse, o bar mais alto do Brasil fica na capital de Goiás, a 190 metros de altura! 

A seguir, selecionamos um roteiro para uma visita curta na cidade, com dicas de como chegar, onde se hospedar e o que fazer por lá. Acompanhe.  

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COMO CHEGAR DE AVANTTO: A capital goiana fica a cerca de 800 km de distância de voo de São Paulo. Há pelo menos três pistas de pouso que podem ser acessadas na cidade e boa rede de mobilidade para deslocamentos terrestres. 

Partida: Aeroporto de Congonhas (SP) 
Chegada: Aeroporto Internacional de Goiânia – Santa Genoveva  
Coordenadas: 16° 37′ 47″ S / 49° 13′ 36″ W
Aeronave indicada: Phenom 300 (01h20) e EPIC E1000 GX (01h40)
 

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Transamérica Collection Goiânia: quarto, lobby e academia. Créditos: Divulgação.

ONDE FICAR: Transamérica Collection Goiânia 
Com 148 apartamentos, fica no Órion Business & Health Complex – um centro multiuso com hotel, unidade do Hospital Israelita Albert Einstein, escritórios, shopping center e polo gastronômico. Por ser um dos prédios mais altos da cidade, a vista dos quartos – e da piscina – é um dos destaques. Bem localizado no Setor Marista, é excelente dica para quem visita a cidade e tem pouco tempo para perder no trânsito. 
 
Serviço: 
Transamérica Collection Goiânia 
Avenida Portugal, 1148, Setor Marista. 
letsatlantica..com.br 
@transamericacollectionorion 

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1929 Trattoria Moderna. Créditos: Divulgação-Grupo Íz. 

ONDE COMER: 1929 Trattoria Moderna 
Do chef Ian Baiochi, eleito o Melhor do Brasil pela revista Prazeres da Mesa, tem menu com releituras contemporâneas de clássicos da culinária italiana. Um destes pratos é o Raviolone de Linguiça de Trindade e Camarões, gratinado na panela com grana padano e ciboullete. O nome do restaurante remete ao ano de nascimento da avó de Baiochi, dona Colombina.

Serviço: 
1929 – Trattoria Moderna 
Alameda Ricardo Paranhos, 955, Setor Marista. 
@1929trattoria 

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Parque Vaca Brava. Créditos: Shutterstock. 

PASSEIO OUTDOOR: Parque Vaca Brava 
Uma área verde com 80 mil metros quadrados, bosque com mata nativa e um grande lago central. Muito procurado pelas famílias que vivem ao redor, bem como pela turma do esporte – tem uma pista de cooper que circunda todo o parque. Ao redor, pode-se desfrutar de serviços como bares, restaurantes, cafeterias e lojas. 

Serviço: 
Parque Vaca Brava 
Avenida T-10, Setor Bueno.

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Grá Rooftop. Créditos: Divulgação/Grupo Íz. 

PARA RELAXAR: Grá Rooftop 
Fim do expediente? Bem, a dica para o happy hour fica a 190 metros de altura: o Grá Rooftop, no alto do Órion Complex. Lá de cima, com vista panorâmica incomparável na cidade, são servidos drinks autorais como o Soleil (Aperol, Lillet, Strawberry Syrup, Cardamon e Limão) e o Iz Smoke (Vodka, Lime Juice, Sugar Syrup, Liquid Smoke e Ginger Foam), além de clássicos como o Fitzgerald, Margarita, Negroni e Whiskey Sour. E, no piso inferior, o Grá Bistrô é opção de jantar com ambiente charmoso e menu típico francês. 

Serviço: 
Grá Rooftop 
Avenida Portugal, 1148, Setor Marista. 
grabistro.com.br 
@grabistro 

14/08/24

Epic é atração na Labace

Por Avantto

O Epic E1000 GX – uma das estrelas da frota da Avantto – foi um dos destaques da 19ª edição da LABACE (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), o maior evento da aviação de negócios da América Latina, realizado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP). 

O EPIC E1000Gx em sua categoria é uma das aeronaves mais rápidas do mundo. A Aeronave é construída com fibra de carbono e equipada com um motor Pratt & Whitney Canada PT6A de 1.200 cavalos de potência, podendo alcançar velocidade de cruzeiro de 617 km/h e altitude de 34 mil pés. O avião tem autonomia de voo de 2.890 quilômetros. 

Epic E1000 GX, na Labace 2024: ‘turboprop’ mais veloz do mundo fez a sua estreia em São Paulo. Créditos: Divulgação/Avantto. 

“Participar do principal evento do setor na América Latina foi uma ótima oportunidade de apresentar de perto o mais novo modelo da nossa frota de Compartilhamento de Aeronaves, o Epic E1000GX. Sua versatilidade, excelente capacidade operacional, desempenho notável e altos padrões de segurança despertaram grande interesse, principalmente no mercado de compartilhamento de aeronaves, um segmento em franca expansão. A recepção foi extremamente positiva” comentou Rogério Andrade, CEO da Avantto. 

A empresa contou com um espaço exclusivo para receber clientes, parceiros e visitantes nos três dias de evento.  

Lounge da Avantto recebeu clientes, parceiros e convidados para conhecer o novo Epic E1000 GX e os demais produtos e serviços da companhia. Créditos: Divulgação/Avantto. 
 
Outros destaques na feira foram a aparição inédita no Brasil do novo Embraer Phenom 100EX, ao lado do Phenom 300E, o jato leve mais vendido no mundo, e do Praetor 600 2024 – um supermédio de alta performance, com muita tecnologia embarcada. A série Phenom tem presença significativa no Brasil, com 115 aeronaves Phenom 100 e mais de 80 Phenom 300 atualmente em operação em todo o país. 

Phenom 100EX fez sua estreia no Brasil durante o evento paulistano. Créditos: Embraer/Divulgação.

Neste ano, a LABACE recebeu um público de cerca de 20 mil pessoas durante os três dias de evento, entre compradores e vendedores de aeronaves, equipamentos e serviços, fabricantes, tradings, distribuidoras de peças e combustíveis, MRO (manutenção), FBO’s (operadores de serviços aeroporturários) e operadores aéreos. No ano passado, 17.342 pessoas estiveram presentes, número 26% maior do que em 2022. 

Quanto aos expositores, participaram 144 marcas e empresas, dentre elas os mais importantes players nacionais e globais. No pátio e nos hangares, 44 aeronaves foram mostradas aos visitantes. Os dados são da ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), organizadora do evento. 

Presença de grande público na última edição da Labace no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo: evento muda de local para 2025. Créditos: Abag/Divulgação.

Crédito: Freepik.

29/07/24

O futuro das viagens

Por Avantto 

Vai viajar a trabalho ou lazer? Até bem pouco tempo atrás, este era o principal fator de classificação das viagens para as companhias do setor. Porém, na atual era dos dados, a quantidade de informações geradas dentro e fora do ambiente digital, permite criar viagens hiper segmentadas como jamais visto na história. Nessa jornada de personalização, uma tecnologia em especial assume o papel de protagonista: a inteligência artificial (IA). 

São estes algoritmos que têm colaborado com as companhias aéreas e agências de turismo na construção de roteiros completos de viagem, confrontando datas, horários, clima, disponibilidade nos hotéis, entre outros aspectos. Eles também têm ajudado as empresas do setor a elevar suas performances comerciais com campanhas de venda mais assertivas, a partir do reconhecimento de padrões e da análise de comportamento dos clientes na internet. Além disso, têm exercido uma função vital na orquestração de tarefas nos terminais aeroportuários. O futuro do setor de turismo está sendo remodelado graças ao avanço da inteligência artificial (IA), que promete estimular a transformação mais disruptiva da história desta indústria nos próximos anos. 

O futuro do setor de viagens será cada vez mais suportado por algoritmos inteligentes, capazes de customizar ao máximo a experiência do viajante. Créditos: Freepik. 

Existe, ainda, o impacto financeiro. Segundo o relatório “Travel & Hospitality AI Market”, publicado pela IndustryArc, a previsão é de que o IA represente US$ 1,2 bilhão em novos negócios no turismo mundial até 2026. De maneira mais ampla, estudo recente da consultoria McKinsey aponta que a utilização da IA deve destravar entre US$ 2,6 trilhões e US$ 4,4 trilhões anualmente em toda a cadeia produtiva global. 

A adoção da tecnologia – em especial, na sua versão generativa – tem respondido à demanda das pessoas por experiências mais personalizadas e memoráveis quando decidem viajar, bem como o desejo delas em organizar tudo isso de maneira mais ágil e fácil.  

Mas como isso funciona? “Pense que, até hoje, você precisa preencher dezenas de campos em um formulário online – destino, datas, horários, quantidade de pessoas, bagagem, preferência de quartos, itinerários –, na hora de montar a sua próxima viagem”, diz Vik Krishnan, pesquisador associado da consultoria McKinsey em San Francisco (EUA), em painel online no fim de 2023. 

“Com IA, é possível definir todos estes detalhes em uma só pergunta ao assistente virtual da empresa de turismo. O que esperamos em relação ao usuário final é uma forma de planejar roteiros muito mais simplificada e assertiva”, afirma Krishnan. 

Então, em breve, bastará perguntar ao chatbot: “por favor, pode me ajudar com uma viagem de três dias a Nova York, em setembro, com duas crianças de 5 e 15 anos, em hotel próximo ao Central Park e fazer reservas para um espetáculo infantil na cidade?” E a nova tecnologia será capaz de responder a esta requisição com o máximo de precisão possível, em menos de dois minutos. 

O futuro do setor de viagens será cada vez mais suportado por algoritmos inteligentes, capazes de customizar ao máximo a experiência do viajante. Créditos: Freepik. 

IA nos negócios
Se a IA promete levar a personalização das viagens a um patamar inédito, para os operadores ela será essencial na garantia de que tudo isso aconteça efetivamente como contratado, elevando ainda mais o resultado comercial das empresas. Na hotelaria, por exemplo, a IA já tem colaborado com a maximização das taxas de ocupação dos quartos, por meio de estratégias de preços dinâmicas, que ajustam os valores e a oferta a partir da análise de dados sobre o histórico dos hóspedes e fatores externos como o clima e eventos na cidade. 

Ferramentas alimentadas por IA têm contribuído na criação de campanhas de vendas mais eficientes também. Elas monitoram a internet em busca de fragmentos de informação deixadas por usuários da rede – como likes em fotos de viagem no Instagram, busca por roteiros, faixa de preço que estão dispostas a pagar por determinada passagem aérea – e, a partir disso, gerar ofertas que sejam realmente relevantes para cada indivíduo, aumentando a assertividade e a performance de vendas. 

No setor de transporte, a IA tem colaborado para dar maior eficiência operacional. Em um aeroporto, por exemplo, cada aterrissagem de um avião dá início a um processo com dezenas de tarefas simultâneas que precisam ser executadas com perfeição para que tudo funcione dentro do programado, sem atrasos. É uma orquestração complexa de informações que inclui desde qual “finger” está disponível para o desembarque dos passageiros, o manuseio das bagagens, reabastecimento da aeronave, catering, limpeza da cabine, troca eventual da tripulação – tudo isso dentro do prazo prometido pela empresa aérea.

Setor logístico e de transporte aéreo deve se beneficiar cada vez mais da inteligência artificial generativa. Créditos: Shutterstock.

Momento 
Todo este impulso tecnológico alinha-se a um momento próspero do setor de viagens pós-pandemia. De acordo com estimativa do World Travel & Tourism Council (WTTC), o setor deve bater recorde histórico neste ano em participação no PIB mundial – algo em torno de US$ 11,1 trilhão. 

Serão mais de US$ 770 bilhões extras na geração global de riqueza, com 142 países registrando alta na atividade em 2024. A expectativa é de que os gastos nas viagens ao Exterior cheguem a US$ 1,89 trilhão; já o turismo doméstico deve movimentar US$ 5,4 trilhões. Cifras que confirmam o setor como força econômica global: a cada US$ 10 faturados no planeta neste ano, um terá origem no turismo. 

No Brasil, o visitante estrangeiro injetou R$ 34,5 milhões na economia em 2023, segundo dados do Ministério do Turismo. A quantia é 1,5% maior do que a arrecadada em 2014, ano da Copa do Mundo de futebol no país. No total, foram cerca de 6 milhões de turistas internacionais que desembarcaram por aqui no ano passado.

Os números demonstram a determinação crescente das pessoas em viajar mais, viver novas experiências, desfrutar de bons hotéis e da gastronomia ao redor do mundo. Cabe ao setor atender a essa vontade com máxima qualidade e eficiência. A inteligência artificial e todas as tecnologias digitais correlatas vão ajudar as empresas a cumprir essa missão. 

Crédito: Shutterstock.

16/07/24

A vida em tons de azul

Por Fabiano Mazzei

Em meados dos anos 2000, o educador e jornalista norte-americano Dan Buettner iniciou uma pesquisa para entender porquê, em determinadas regiões do planeta, as pessoas viviam por mais tempo. Ele detectou que em Okinawa, no Japão; Sardenha, Itália; Ikaria, Grécia; Nicoya, na Costa Rica; e Loma Linda, nos Estados Unidos, a população com mais de 80 anos ultrapassava em muito a média global. A estes locais, Buettner batizou de “Blue Zones”. 

O estudo, que durou 15 anos, rendeu um livro, “The Blue Zones: Secrets for Living Longer” (2020), e um documentário de bastante sucesso no canal de streaming Netflix: “Live to 100: Secrets of the Blue Zones”, lançado em 2023. Em ambos, o pesquisador detalha os hábitos e o estilo de vida responsáveis por essa longevidade. 
 
O autor, que é explorador da National Geographic, iniciou sua pesquisa quando visitou o arquipélago japonês para escrever um artigo sobre a população de idosos de Okinawa. A partir disso, ele passou a viajar o mundo entrevistando pessoas e analisando dados demográficos para identificar novas ‘blue zones’ e determinar quais comportamentos estavam prolongando a vida das pessoas. 

Bom humor, vinho e ritmo de vida mais desacelerado fazem parte da receita de longevidade na Sardenha, Itália. Créditos: Shutterstock. 

Uma dessas zonas azuis é a Sardenha, na Itália, apontada em artigo assinado pelos pesquisadores Gianni Pes e Michel Poulain, no Journal of Experimental Gerontology, como a região com a maior concentração de homens centenários do mundo. Um dos motivos seria genético: seus habitantes carregam o marcador M26, ligado à longevidade e, devido ao isolamento da ilha, ainda bastante concentrado por ali. Resultado: 10 vezes mais centenários per capita do que nos Estados Unidos. 
 
Mas a questão não é apenas o isolamento: a população desta ilha no Mar Mediterrâneo tem um estilo de vida tradicional e bastante saudável também. Os habitantes ainda caçam, pescam e colhem seus alimentos, vivem cercados de amigos e familiares, se divertem e, claro, bebem vinho. 
 
A dieta na Sardenha é basicamente formada por pão integral, hortaliças, frutas, peixes e queijo de cabra, que é rico em Ômega-3. A carne vermelha fica mais restrita aos finais de semana e datas especiais. Os sardos gostam de caminhar: uma média diária de 8 km ou mais, o que ajuda na saúde cardiovascular, dos ossos e músculos. Eles também cultivam fortes laços familiares, celebram os mais velhos, são conhecidos pelo bom humor e consomem vinho – de uvas Grenache – moderadamente. Tudo isso ajuda a combater a depressão, o estresse e outras doenças psicossomáticas. 

Não muito longe dali, em Ikaria, Grécia, o fenômeno se repete. Nesta pequena ilha do Mar Egeu, as pessoas têm passado facilmente dos 90 anos, repletas de boa saúde. A justificativa vem de uma combinação de fatores: gastronomia mediterrânea a base de alimentos frescos, do mar e azeite de oliva; preferem leite de cabra, com mais potássio e hormônios antiestresse; vida ativa, com caminhadas entre os vilarejos que ocupam a região mais montanhosa; e o hábito da soneca no meio da tarde. Segundo a medicina, pessoas que fazem uma pausa no meio do dia têm 35% a menos de chance de desenvolver doenças cardíacas. 

Alimentação a base de frutos do mar e soneca a tarde aumentam a qualidade de vida da população das ‘blue zones’ que ficam próximas ao Mediterrâneo. Créditos: Shutterstock.

09 HÁBITOS DAS BLUE ZONES 
Em Okinawa, Loma Linda e Nicoya, a soma destes aspectos – dieta, atividade física, vínculo social e propósito de vida – também ajudam a compreender as razões para que, nestes lugares, as pessoas vivam mais. 
 
Em seu estudo, Dan Buettner elencou nove hábitos destas comunidades que contribuem para a longevidade. Segundo ele, se bem aplicados no dia a dia, podem ajudar a elevar a expectativa de vida média em até 12 anos. São eles: 
 
1. Mova-se naturalmente. 
As pessoas que vivem mais no mundo não correm maratonas ou se acabam em treinos dentro de academias. Ao contrário, elas vivem em ambientes que estimulam atividades físicas de maneira mais natural. Cuidam de tarefas domésticas, como limpar o jardim, sem uso de ferramentas mecânicas, por exemplo; 
 
2. Tenha um propósito. 
Em Okinawa, é chamado de “Ikigai”; na Costa Rica, de “plan de vida”. Para ambos, é o motivo que nos leva a acordar todas as manhãs. Não vale trabalho: tem de ser algo que agrega no aspecto mais humano. Apenas isso seria capaz de acrescentar cerca de sete anos na expectativa de vida das pessoas; 
 
3. Desacelere! 
O estresse é uma praga global e afeta até quem vive nas zonas azuis. O que eles fazem de diferente para não se sentirem tão atingidos? Desaceleram. Em Ikaria, tiram uma soneca a tarde; em Loma Linda, rezam; os sardos bebem vinho no happy hour. Fundamental para diminuir o risco de doenças crônicas na velhice; 
 
4. A regra dos 80%. 
No Japão, o mantra “Hara Hachi Bu”, difundido há mais de 2.500 anos, orienta para que as pessoas parem de comer durante uma refeição quando estiverem 80% saciados. Os 20% restantes podem fazer a diferença na hora de ganhar ou perder peso. Nas ‘blue zones’, as pessoas fazem sua última refeição no final da tarde ou início da noite – e não comem mais nada até a manhã seguinte; 
 
5. Dieta vegetal. 
Feijões e grãos em geral são a base da alimentação da maioria dos centenários. Carne – em geral, de porco – é consumida até 5 vezes por mês apenas. E sempre em porções modestas; 
 
6. Vinho, sempre. 
Em todas as zonas azuis, as pessoas bebem vinho moderada e regularmente. Isso significa de uma a duas taças diárias, ao lado de amigos ou acompanhando as refeições. E não vale passar a semana sem beber, para acelerar no sábado: não é assim que funciona; 
 
7. Pertencimento. 
Nas pesquisas de Buettner, ele notou a importância da fé como fator de pertencimento a um tecido social. Tanto faz a religião: participar de rituais de fé regulamente pode estender a vida entre 4 e 14 anos; 
 
8. Tudo em família. 
Centenários convivem mais com suas famílias, moram junto ou próximo a elas, participam de agenda social em comum e ajudam nos cuidados com as crianças e jovens. Isolamento, jamais; 
 
9. Tribo certa. 
Sedentarismo, alcoolismo, obesidade e solidão podem ser causados por influência do grupo social. Escolher a tribo certa, com comportamentos que buscam mais qualidade de vida e cultivam hábitos saudáveis, é essencial para a longevidade. 

Vínculos sociais – sejam de origem familiar ou amizades – ajudam no suporte emocional dos moradores idosos em Okinawa, no Japão. Créditos: Shutterstock.

Para Diego Felix Miguel, presidente do departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-SP), em São Paulo, obter um envelhecimento saudável vai muito além do binômio saúde-doença. 
 
“Existem aspectos socioculturais e climáticos que interferem neste processo”, diz. O especialista cita condições de acesso a alimentação adequada, rotina de trabalho que considere o descanso necessário, ambiente social mais solidário e possibilidade de se viver em regiões com temperaturas mais amenas, sem extremos. 
 
“As pessoas já estão vivendo mais, graças a evolução da medicina, acesso a informação e sistema de saúde pública mais abrangente. A questão, agora, é como avançar na idade com mais qualidade”, afirma. Segundo o Censo de 2022 (IBGE), a expectativa de vida no Brasil é de 75,5 anos – cerca de dois anos a mais do que em 2010. 
 
Os vínculos sociais, destaca Diego, são essenciais neste processo. Isso significa cultivar relações interpessoais fora do ambiente de trabalho, por exemplo. “Quando a pessoa se aposenta, ela precisará de uma outra rede de suporte, um outro grupo social para pertencer e se manter ativa e acolhida do ponto de vista emocional. Isso precisa ser construído ao longo do tempo”, avalia. 

Por fim, ele menciona que a relação com a natureza nas “blue zones” indica a importância do tema para se viver melhor. “Não apenas porque permite acesso a alimentos mais frescos ou ar mais puro, mas porque a natureza estimula um aspecto de religiosidade, de interdependência entre os seres e do cuidado que temos que ter uns com os outros.” 

Créditos: Divulgação

06/06/24

Ebace 2024 

Por Avantto 

Preocupação ambiental, desenvolvimento da mobilidade aérea elétrica urbana e números positivos do mercado local foram os temas que dominaram as conversas no Palexpo em Genebra (Suíça), local da edição 2024 da European Business Aviation Convention & Bureau (Ebace) – o maior evento de aviação executiva do mundo. 

No total, mais de 180 expositores, entre fabricantes, operadores e prestadores de serviços participaram da Ebace neste ano, marcado pela apresentação de aeronaves na pista do aeroporto da cidade, e por debates e fóruns ministrados por players do setor. 

O painel de abertura foi conduzido por Ed Bolen, CEO e Presidente da National Business Aviation Association (NBAA), com a presença do aviador e ambientalista Bertrand Piccard; John Santurbano, diretor do Eurocontrol; e Delphine Bachmann, conselheira do Departamento de Economia e Trabalho do estado de Genebra. Os presentes destacaram a importância de uma ação conjunta para que o setor alcance o seu objetivo sustentável de zerar suas emissões de carbono até 2050. 

À esq., CEO da Ebace, Ed Bolen, comandou o painel de abertura da Ebace 2024: sustentabilidade e crescimento do mercado em debate. Créditos: Divulgação. 

“No futuro, as pessoas não perguntarão se nós voamos, mas como voamos. Isso resume o motivo de nos adaptarmos em busca das metas traçadas até lá”, afirmou Santurbano. Para Piccard – primeiro balonista a dar a volta ao mundo sem escalas e primeiro aviador a circundar o planeta a bordo de um avião movido a energia solar – disse que a indústria precisa estar aberta a novas tecnologias. “Já existem formas de voar de maneira ecologicamente correta e financeiramente viável ao mesmo tempo”, disse. 


ESTREIA 
A Ebace 2024 marcou a apresentação do eVTOL Lilium, da fabricante alemã Lilium Air Mobility. A aeronave contará com duas versões – de quatro e seis lugares. O primeiro modelo deve entrar em operação em 2026. O segundo, um ano depois. 

“Nós queremos fazer algo muito acessível a um público maior”, disse Klaus Roewe, CEO da Lilium Air Mobility. Até 2040, de acordo com Roewe, sua empresa fabricará uma versão capaz de transportar até 100 passageiros e realizar voos de 2 mil quilômetros usando apenas 75% da bateria. 

Lilium foi apresentado pela primeira vez ao público na Ebace 2024. Créditos: Divulgação.

Outros dois projetos de veículos de mobilidade aérea urbana elétrica foram mostrados no evento: o Cassio 330, da companhia francesa VoltAero; e o Midnight, da Archer Aviation, com sede na Califórnia (EUA). 
 
O primeiro é híbrido e poderá transportar tanto pessoas, quanto cargas. “Vantagem é que ele poderá operar tanto com combustível fóssil, quanto bateria elétrica”, disse Jean Botti, CEO e CTO da empresa. Já o Midnight foi pensado para atuar nas grandes cidades, realizando deslocamentos sobre as vias urbanas e estradas engarrafadas. Para Billy Nolen, executivo da empresa, as viagens neste novo modal terão preços semelhantes aos cobrados por um Uber Black.

Cassio 330: híbrido francês poderá transportar passageiros e cargas. Créditos: Divulgação.

CRESCIMENTO 
Analistas de mercado presentes no pavilhão de exposições do aeroporto de Genebra apontaram números favoráveis para o setor global no ano. A expectativa é de crescimento da frota, por exemplo, está na casa de dois dígitos em 2024. 
 
“Nossa previsão é muito otimista e realista também. Conforme projeção da General Aviation Manufacturing Association (GAMA), as entregas de novas aeronaves deverão crescer 13% este ano – 3% acima do que em 2023”, disse Rolland Vincent, diretor da consultoria JetNet IQ. Os motivos seriam demanda reprimida e novas certificações de fabricantes, gerando carteiras de pedidos firmes no ano. 
 
Na Europa, alerta Vincent, a expansão da frota executiva tem ritmo três vezes superior ao crescimento do PIB – algo não visto em outras regiões do mundo até aqui. Quanto aos estoques de aeronaves para comercialização, os analistas classificaram o momento do mercado europeu como “mais perto do normal”, com inventário local representando cerca de 7,5% de todos os aviões executivos à venda no mundo. 

Novo helicóptero AW109, o Gulfstream G700 certificado da Qatar Executive e a luxuosa cabine do BBJ Max 8: estrelas da Ebace 2024. Créditos: Divulgação.

A demanda global por voos charter também deve registrar aumento neste ano, bem como as atividades dos operadores. Tanto empresas que administram grandes frotas, quanto àquelas que operam uma única aeronave vêm acumulando alta no semestre. No segundo caso, o crescimento até aqui foi de 18,1% sobre 2023. “As operadoras de frotas maiores têm observado um aumento da ocupação por aeronave”, disse Richard Koe, CEO da plataforma Wing-X. 
 
Os números na Europa indicaram outros dois fenômenos: um aumento no volume de novos usuários da aviação privada e uma erosão na conectividade dos destinos atendidos pela aviação comercial. Caso ambos se confirmem no curto prazo, os efeitos ao setor seriam muito positivos. “A aviação privada na Europa tem seis vezes mais conexões regionais do que as companhias aéreas tradicionais. Isso demonstra a importância do setor para a conectividade no continente”, afirmou Koe.