08/01/25
Surfe nos Alpes
Entre as montanhas nevadas da Suíça, praia artificial Alaïa Bay tem piscina de ondas para surfistas sem medo do frio. Veja mais.
Tempo de leitura: 05 minutos
(Foto: Alaïa SA/Wavegarden)
Por Fabiano Mazzei
Quando se pensa em férias na Suíça, logo se imagina uma programação que inclui esquiar, visitar fábricas de relógios de luxo e degustar os famosos queijos e chocolates fabricados no país. Mas, há três anos, este roteiro ganhou uma atração extra e obrigatória: o Alaïa Bay.
Trata-se do primeiro “surf park” da Europa, inaugurado em 2021 bem no coração dos Alpes Suíços. O clube conta com uma piscina de ondas de 8,5 mil m2, que comporta até 80 surfistas simultaneamente e é capaz de produzir entre 300 e 1 mil ondulações por hora, de mais de 20 tipos, com alturas que variam entre 60 centímetros e 1,8 metro – prontas para atender desde a turma iniciante aos profissionais do esporte.
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A tecnologia hidráulica utilizada é da empresa espanhola Wavegarden – a mesma adotada em dois empreendimentos no Brasil: a Praia da Grama, dentro do condomínio Fazenda da Grama, em Itupeva (SP); e no Beyond The Club (BTC), que está em construção na capital paulista. Com foco na sustentabilidade, todo o empreendimento utiliza apenas energia solar. A água usada nas piscinas é fresca, doce e filtrada ininterruptamente.
A infraestrutura do local conta com restaurante, bares, lojas de equipamentos, fábrica de pranchas e escola de surfe com instrutores. No total, 200 funcionários trabalham no clube – 70 deles diretamente na praia. Como opção de estadia, o Alaïa Bay oferece um hotel todo moderninho, localizado bem perto da praia artificial.
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Visitantes e frequentadores do Alaïa Bay podem se hospedar no hotel do grupo, que fica próximo do clube (Fotos: Divulgação)
“Inauguramos em plena pandemia de Covid e, mesmo assim, tivemos 50 mil visitantes no primeiro ano de vida, entre surfistas e pessoas que vieram para frequentar nossos bares e restaurante, além de apreciar a vista incrível que temos aqui”, afirmou Adam Bonvin, fundador do clube.
Bonvin diz que teve a ideia de criar a baía artificial em 2015, após uma “surf trip” que fez pela França. Como a Suíça não tem praia, ele decidiu recriar aquela atmosfera de litoral no meio das montanhas. Assim nasceu o grupo Alaïa (termo usado para se referir as pranchas antigas no Havaí), que conta ainda com um parque para esportes radicais, com pista de skate, BMX e parkour.
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E NO INVERNO?
O Alaïa Bay funciona de março a novembro. Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, fica fechado por conta das baixas temperaturas do inverno europeu. No restante do ano, o surfe está liberado. Na primavera, como as temperaturas na região ficam entre 9º e 12º, recomenda-se o uso de traje que cubra o corpo inteiro, botas e luvas. No verão, com média entre 20-25º, a dica é usar roupas leves de banho. Já no outono, as temperaturas variam de 17º, em setembro, para 7º em novembro, o que obriga a volta ao estilo “foca”, cobrindo da cabeça aos pés.
Em novembro, aliás, acontece o Alaïa Bay Open: dois dias de competição, reunindo 80 atletas de todo o mundo, incluindo amadores do surfe e bodyboard. Outro evento bastante concorrido é o surfe noturno, com sessões a partir das 19h.
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SUCESSO GLOBAL
As praias artificiais com piscinas de ondas têm se tornado um sucesso mundo afora. Apenas da empresa Wavegarden, existem sete equipamentos em funcionamento, em cidades como Sidney e Melbourne, na Austrália, Seoul, na Coréia do Sul, e dois no Brasil: São Paulo e Garopaba (SC). Fora as unidades em construção, como na Califórnia (EUA), no Bahrein (UEA) – a primeira piscina de ondas para o esporte no Oriente Médio – e um imenso projeto na capital da Espanha, Madrid.
Até o fim de 2025, a capital paulista ganhará duas piscinas de ondas privativas para a prática do surfe. Uma delas ficará no Beyond The Club – SP, um clube exclusivo para associados que está sendo construído no terreno onde funcionava o antigo Hotel Transamérica, na zona sul da cidade. Foram emitidos 3 mil títulos de sócios, ao custo inicial de R$ 600 mil cada.
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O empreendimento contará com a mesma tecnologia Wavegarden e capacidade para 900 surfistas por dia. Além dela, quadras de tênis oficiais, academia profissional, simuladores de golfe e esqui, skate park, bares e restaurantes estarão à disposição dos sócios. Tudo isso a 15 minutos da Avenida Faria Lima, o coração financeiro de São Paulo.
“As pessoas poderão sair do trabalho e vir para cá terminar o dia surfando ou encontrando amigos para um drink na praia”, afirma Oscar Segall, CEO da KSM Realty, incorporadora do projeto e dona também do Praia da Grama, no interior paulista, condomínio pioneiro das piscinas de ondas no Brasil. De acordo com Segall, a dificuldade de acesso ao litoral paulista, a questão da segurança local e variáveis como clima e a maré tornam a opção da praia artificial muito mais atraente para quem pratica o esporte.
O BTC contará também com apartamentos de curta temporada e um espaço de coworking, para quem quiser trabalhar de dentro do clube. “Na Praia da Grama, é comum ver gente fazendo reunião de trabalho online durante a semana de camisa social e bermuda. Na hora do almoço, eles aproveitam para pegar uma onda”, diz.